O banho de chuva
O banho de chuva
Mª Gomes de Almeida
Há vários dias estava com vontade de voltar aos tempos de criança e cair debaixo de uma torrencial chuva.
Hoje choveu. Hoje em banhei na chuva.
Quando o tempo começou a se fechar corri pra casa, me troquei e cai na chuva. Já não mais me lembrava como era bom um banho de chuva .
Mergulhei. Literalmente, mergulhei na chuva, enquanto muitos corriam da chuva eu corria para a chuva e com a chuva.
E como gostaria de es(correr) com ela, confundir-me com ela e por um tempo eu consegui!
Pingos, muitos pingos. Na boca, nos olhos... eu a chuva, éramos nós.
Que gostoso a chuva batendo em cada pedacinho do seu corpo!
E quem disse que a chuva não tem gosto?
Caminhei com a chuva, chutei a chuva.
Ao virar uma rua dois jovens brincavam um com a sua bicicleta, o outro rodava um pneu, ambos se surpreenderam ao ver a professora tomando banho na chuva. Fiz uma brincadeira com eles, entrei embaixo de uma biqueira de uma casa qualquer e caminhei.
Caminhei longos e deliciosos minutos.
A enxurrada batia em meus pés e pernas, ora morna por causa do asfalto quente, ora fria como descia do céu.
Por várias vezes agradeci ao Criador, por tamanho prazer, por algo tão pequeno, corriqueiro, prazeroso.
As crianças é que estão certas, adoram o banho de chuva. Vi várias pelas ruas por onde passei, cada uma mais feliz que a outra.
A chuva foi afinando e tive que ir para casa, triste por que a chuva estava passando e feliz por aqueles minutos de prazer.
Ao chegar em casa passei embaixo do chuveiro. Fiz um bom café. Lembre-me da gastrite, da insônia que sinto quando tomo café à tarde. Dane-se! Tomei meu cafezinho na varanda olhando algumas poças de água que a chuva deixara em meu quintal, só para me lembrar como a chuva é gostosa.
Senti-me rejuvenescer. Stress! O que é isso?
Largue tudo! Experimente!