Teorema de Fermat
Não adianta querer fazer um requerimento ao Rei, pois, o Senhor Conselheiro vai exercer o seu poder de veto; melhor que não se proteste, pois, o homem é extremamente perigoso e considera bom trabalho mandar alguém queimar na fogueira; não posso esquecer que os decretos do Rei são implementados nas províncias, longe de Paris, por esse tipo de gente. Esse comentário poderia ter sido feito por um simples mortal nos idos de 1632 em Toulouse. Pierre, meu bom Pierre, entrou para o serviço público aos 30 anos em 1631, e mostrou ser um funcionário competente, exercendo ainda o papel de juiz supremo, julgando e mandando para a fogueira “sacerdotes que abusassem de suas funções". Progrediu tanto na carreira, assim como, progridem os tiranos e seus bajuladores. Evidente, que nosso Pierre tinha de prestar contas a Richelieu, pois, a época era de intrigas. Nas horas vagas, entre um "churrasco" e outro, dava-se às veleidades de matemático; o diabo, é que passou à posteridade pelo enunciado de seu último teorema, uma variante do teorema de Pitágoras, matemático falecido em 495 a.C., que dizia ser o quadrado da hipotenusa igual à soma dos quadrados dos catetos. Naquelas horas vagas, Pierre se dedicava aos estudos da matemática e comprovou a veracidade do que dizia Pitágoras; não fez nenhuma vantagem, pois, antes de Cristo já se havia imolado 100 bois, em homenagem aos deuses em sinal de júbilo pela verdade do teorema de Pitágoras. No século XVII, a matemática não era levada muito a sério; compreende-se, que um representante da poder inquisitorial do Rei, pudesse dar-se ao lazer da ciência tida como exata; costumava propor questões aos seus colegas matemáticos deixando sem respostas suas próprias indagações; sendo um funcionário importante, passou a assinar-se Pierre de Fermat, demonstrando ser membro da elite francesa. Fez várias experiências mudando o potencial do Teorema de Pitágoras (x² + y² = z²), verificando que não há solução para a equação x³ + y³ = z³ ou com potência, 4, 5, 6 ou n...Concluiu não haver solução com números inteiros para o teorema citado, com n>2. Por incrível que pareça, Fermat disse que tinha a comprovação, mas como era seu hábito, nada deixou escrito; durante cerca de 350 anos, os matemáticos do mundo inteiro se ocuparam da comprovação do teorema, nada conseguindo; inclusive, levando ao suicídio em 1958, o matemático japonês Yutaka Taniyama; finalmente, em 1995, Andrew Willes, professor de Princeton, anunciou a demonstração do teorema, depois de 358 anos de seu enunciado; recebeu como prêmio, 50 mil libras da Fundação Wolfskehl. Simon Singh relata em seu livro, que o matemático Évariste Galois fez muitas pesquisas e passou a noite escrevendo um relatório, antes de morrer num duelo em 1832. Vocês podem imaginar, um indivíduo que vai duelar às primeiras horas da manhã, passar a noite em claro, relatando os estudos que fizera, para conseguir a solução, ou seja, para comprovar que o teorema não tem solução? Pobre do nosso Evaristo, que antes de puxar o gatilho, deve ter levado uma bala entre os olhos; perdeu o duelo!
Podemos ver, que muitas histórias se fizeram ao lado das pesquisas matemáticas. Eu fiz várias experiências de cálculos usando computador, pois, em matemática, confesso não ir além das 4 operações, embora goste de contar vantagem, relatando a solução de uma operação de limites apresentada pelo Professor Junqueira, esplêndido matemático. Junqueira ficou surpreso e eu mais ainda; uma daquelas ajudas daquele tio que está em todas?
A matemática tem histórias curiosas; o matemático Euler em 1742 pediu a Clerot que vistoriasse a casa de Fermat em busca de algum papel. Será que esse matemático, que tanto me deu trabalho no curso científico era desmiolado? Procurar um papel um século depois da morte de Fermat...Se o teorema dependesse de Euler, vocês já viram que a solução não viria nem em 10 séculos.