O Homem na Lua: a prova final
- Você vive no mundo da lua! – Freqüentemente a acusação me batia nas faces ardendo no fundo da alma e causando uma queda dos meus paraísos mentais diretamente nas frígidas plataformas da realidade. Por mais de uma vez, mais de uma pessoa costumava derrubar-me daqueles magníficos voos celestiais sem dar a menor chance de efetuar um pouso tranquilo. Creio que sempre fui um bom aluno e, talvez, tivesse sido ainda melhor se não passasse tanto tempo contemplando a Terra de uma das minhas crateras favoritas.
Como habitante intermitente da Lua, vejo-me obrigado a manifestar minha opinião a respeito da chegada do homem à mesma. O fato sempre me foi transmitido como a mais absoluta verdade. Nunca tive um mestre, um colega, um familiar que questionasse a legitimidade do evento. Dessa forma, tendo como base de que a verdade é aquilo que nos ensinam desde os primórdios de nossa formação, tomei por certo que o homem deixara sua pegada no preferido satélite dos poetas.
Temia-se o fim do mistério e a perda do encanto com o mapeamento e a ocupação humana da mesma. Nada disso aconteceu. Tivemos 15 pousos na Lua distribuídos entre Americanos e Soviéticos. São centenas de fotos e de elementos coletados e uma aceitação praticamente unânime da sociedade científica internacional a respeito da certeza dos fatos. Não acreditar que o homem tenha chegado à Lua gerava deboche alguns anos atrás e os opositores se calavam diante da alcunha de ¨ignorantes¨.
No entanto as teorias conspiratórias ganharam força, vez e voz, principalmente com a Internet, na qual podemos encontrar dezenas de ¨blogs¨ questionando fisicamente, quimicamente, astronomicamente e fisiologicamente os detalhes da missão. Lendo alguns dos mesmos cheguei a pensar seriamente na hipótese de fraude.
Não sou cientista, sou escritor e leigo no assunto, mas curvei-me diante do inapelável apelo de que os Soviéticos, com seus olhos de espião sobre os EUA, no apogeu da Guerra-Fria, não perdoariam uma trapaça tão evidente. Um amigo lançou uma Teoria contra a minha certeza alegando uma ¨parceria¨ entre as potências:
- Você encobre as minhas mentiras que eu não revelo as suas. – Ficou nisso.
Não creio na Teoria do meu amigo e descobri que nós, seres humanos, gostamos de criar fantasias a respeito de tudo. Trata-se de algo que habita e assombra a nossa psique. Temos esse sentido oculto, essa intuição, essa inata capacidade de desconfiar, o que nos preserva e estimula a buscar respostas precisas e uma certeza absoluta a respeito de tudo o que nos cerca. A verdade é o que se busca desvendar com persistência, passei a crer. O homem quer respostas e por isso lança perguntas e questiona sem cessar. Acredito que seja algo que nos mantenha vivos e termina por se transformar em um interessante tempero para a vida. À medida que a sociedade avança e que o pensamento científico cresce, a racionalidade domina e procuramos nos certificar de tudo antes de emitirmos a nossa opinião. Em alusão à Jornada das Estrelas, acredito que temos um pouco do Capitão Kirk (coragem), do Dr. McCoy (coração) e do Sr. Spock (razão). No equilíbrio dessas três forças reside a sabedoria e nasce a centelha da Verdade.
Minha geração evoluiu do coração para a razão. Talvez estejamos nos inclinando demais para essa última, o que pode ser benéfico nessa fase da evolução humana; o que não podemos deixar é de sentir e jamais perder a coragem de contestar fatos ou de sedimentar valores nobres.
Não vou me perder em questionamentos científicos, atenho-me à minha tese política de que os Russos não deixariam os Americanos saírem no filme como heróis, se o mérito realmente não existisse. Ademais, a gritaria da comunidade científica nesses novos tempos seria ensurdecedora, o que também não acontece. Em verdade, o que realmente me dá a certeza de que o homem pisou na Lua é o meu testemunho pessoal. Eu já estive lá tantas vezes, e continuo a estar, que não me resta a menor dúvida. Inclusive escrevi meu nome nas suas areias que foi apagado pelos ventos dos meus sonhos...
- Você vive no mundo da lua! – Freqüentemente a acusação me batia nas faces ardendo no fundo da alma e causando uma queda dos meus paraísos mentais diretamente nas frígidas plataformas da realidade. Por mais de uma vez, mais de uma pessoa costumava derrubar-me daqueles magníficos voos celestiais sem dar a menor chance de efetuar um pouso tranquilo. Creio que sempre fui um bom aluno e, talvez, tivesse sido ainda melhor se não passasse tanto tempo contemplando a Terra de uma das minhas crateras favoritas.
Como habitante intermitente da Lua, vejo-me obrigado a manifestar minha opinião a respeito da chegada do homem à mesma. O fato sempre me foi transmitido como a mais absoluta verdade. Nunca tive um mestre, um colega, um familiar que questionasse a legitimidade do evento. Dessa forma, tendo como base de que a verdade é aquilo que nos ensinam desde os primórdios de nossa formação, tomei por certo que o homem deixara sua pegada no preferido satélite dos poetas.
Temia-se o fim do mistério e a perda do encanto com o mapeamento e a ocupação humana da mesma. Nada disso aconteceu. Tivemos 15 pousos na Lua distribuídos entre Americanos e Soviéticos. São centenas de fotos e de elementos coletados e uma aceitação praticamente unânime da sociedade científica internacional a respeito da certeza dos fatos. Não acreditar que o homem tenha chegado à Lua gerava deboche alguns anos atrás e os opositores se calavam diante da alcunha de ¨ignorantes¨.
No entanto as teorias conspiratórias ganharam força, vez e voz, principalmente com a Internet, na qual podemos encontrar dezenas de ¨blogs¨ questionando fisicamente, quimicamente, astronomicamente e fisiologicamente os detalhes da missão. Lendo alguns dos mesmos cheguei a pensar seriamente na hipótese de fraude.
Não sou cientista, sou escritor e leigo no assunto, mas curvei-me diante do inapelável apelo de que os Soviéticos, com seus olhos de espião sobre os EUA, no apogeu da Guerra-Fria, não perdoariam uma trapaça tão evidente. Um amigo lançou uma Teoria contra a minha certeza alegando uma ¨parceria¨ entre as potências:
- Você encobre as minhas mentiras que eu não revelo as suas. – Ficou nisso.
Não creio na Teoria do meu amigo e descobri que nós, seres humanos, gostamos de criar fantasias a respeito de tudo. Trata-se de algo que habita e assombra a nossa psique. Temos esse sentido oculto, essa intuição, essa inata capacidade de desconfiar, o que nos preserva e estimula a buscar respostas precisas e uma certeza absoluta a respeito de tudo o que nos cerca. A verdade é o que se busca desvendar com persistência, passei a crer. O homem quer respostas e por isso lança perguntas e questiona sem cessar. Acredito que seja algo que nos mantenha vivos e termina por se transformar em um interessante tempero para a vida. À medida que a sociedade avança e que o pensamento científico cresce, a racionalidade domina e procuramos nos certificar de tudo antes de emitirmos a nossa opinião. Em alusão à Jornada das Estrelas, acredito que temos um pouco do Capitão Kirk (coragem), do Dr. McCoy (coração) e do Sr. Spock (razão). No equilíbrio dessas três forças reside a sabedoria e nasce a centelha da Verdade.
Minha geração evoluiu do coração para a razão. Talvez estejamos nos inclinando demais para essa última, o que pode ser benéfico nessa fase da evolução humana; o que não podemos deixar é de sentir e jamais perder a coragem de contestar fatos ou de sedimentar valores nobres.
Não vou me perder em questionamentos científicos, atenho-me à minha tese política de que os Russos não deixariam os Americanos saírem no filme como heróis, se o mérito realmente não existisse. Ademais, a gritaria da comunidade científica nesses novos tempos seria ensurdecedora, o que também não acontece. Em verdade, o que realmente me dá a certeza de que o homem pisou na Lua é o meu testemunho pessoal. Eu já estive lá tantas vezes, e continuo a estar, que não me resta a menor dúvida. Inclusive escrevi meu nome nas suas areias que foi apagado pelos ventos dos meus sonhos...