Hoje dando uma vasculha nos armários e guardados,
dentro deles descobri quanto perco não me permitindo
prazeres tão simples que estão ao alcance da minha mão.
Acabei ralhando comigo por não usufruir das coisas
que certamente dariam mais cor à minha vida.  Resolvi não deixar de me permitir certas extravagâncias guardadas como relíquias à sete chaves.
Pensei como deve ser triste a avareza das pessoas de
não se emocionarem com coisas simples como uma linda xicara de porcelana ou um talher de prata, não
entrando nunca em contato com seu próprio desejo. Nunca   se permitem.
Nessa hora lembrei do que me disse uma vez  alguem querido que somos os mais importantes na festa e decidi não economizar meu faqueiro de prata (presente de casamento) meus pratos delicados mas trancafiados  no etager e, tolices outras à  parte pensei como deve ser gostoso usufruir dos cristais e porcelanas caras que ganhei recentemente no aniversário, servir um vinho 
nos cpos mais finos etc etc etc
Por isso Para, Para Tudo.  Recapitulei e decidi: quem merece o lençol mais macio de seda sou eu mesma.
Tirei toda a louça fina guardada e definitivamente aposentei aquela que não fico zangada quiando as crianças quebram..  Eu mereço, minha familia merece. Vou  me permitir essas extravagâncias  a  
partir de hoje.
E, pensando bem quero mesmo é uma casa no campo como cantava Elis.  Talvez lá mesmo sem cristais e pratas, nem vinho de um decanter eu consiga apenas
um requeijão provido de cor, cheiro e sabor originais
para comer com goiabada cascão que até hoje não sei
quem alcunhou de Romeu e Julieta, mas que concordo integralmente com essa licença poética.
Shakespeare também certamente aprovaria. Creio.
Por isso Para. Para Tudo.
Porque mesmo lá casinha no campo vou ser feliz, muito
feliz. Tal como Elis.
ysabella
Enviado por ysabella em 24/07/2009
Reeditado em 29/07/2009
Código do texto: T1717488
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