AMISTAD
 
 
            Estava na TV e fui tomada pela primeira imagem na tela, por um anuncio em azuis lindos e o movimento da aproximação do Continente Americano ao Continente Africano, encolhendo o Oceano Atlântico, quase os dois continentes abraçando-se num utópico abraço de uma terra só, uma magia sonhada dos nossos corações, anúncio de marketing moderno, mas uma obra de arte atual que me pegou desprevenida invadindo a emoção e pensamentos num impacto grandioso, um sonho perto da esperança que sempre, ainda, faz sua imprecisa presença nos nossos anseios impossíveis.
            Nesse clima, continuei vendo um filme AMISTAD, mostrando a beleza negra africana e a luta pela liberdade tentada por uma minoria de homens americanos que lutavam pela libertação de prisioneiros de um navio que aportou na costa americana; tratava-se de estabelecer a justiça aos prisioneiros, por um traficante de escravos, de um país africano que não guardei o nome, Serra Leoa talvez. Um advogado “de porta de cadeia” e um político abolicionista americano, papel feito por Morgan Freeman e mais um notável Magistrado conseguiram a libertação e repatriação dos prisioneiros, que não eram escravos, eram pessoas de um país na África, livres, lindos e felizes. Sua língua era totalmente desconhecida pelos americanos. Daí a dificuldade do advogado fazer a defesa. A época era quando Estados Unidos estava dividido politicamente entre o Norte e o Sul. O magistrado recebeu em sua casa, um dos negros que mais se destacou do grupo, de uma beleza física como uma escultura de Rodin. Os dois se entenderam, como os Superiores se entendem com facilidade e, mesmo sem usar seus idiomas conseguiram se entender pelas atitudes, olhares e posturas. Coisas que um bom filme faz. Não entendi nada que possa transmitir, mas inconscientemente entendi tudo, papel que a Arte faz.
            Emocionei-me muito, é um filme maravilhoso e, um dos aspectos do filme foi mostrar a beleza daquele povo de um país da África. O porte, a nobreza de ser o que são: lindíssimo. Emoção demais, filme perturbador. Fui dormir bem abalada com aquelas imagens de sofrimento, de crime, de justiça e beleza.   Um belo filme de se ver, coisa rara na TV , que mais informa horrores e bobagens.
            Mas lembrei de dois engenheiros que vieram a um evento no Clube de Engenharia, um angolano, dentes branquíssimos e sorriso maravilhoso,pele negra retinta,lisinha, bela e perfeita, E o outro de Moçambique com a pele mais clara, mais alto, sorridente feito um menino. Conversamos muito sobre cultura e irrigação de terras. Adorei-os. Ficamos Amigos.

     Os povos da África são de muitos países e de diversificadas culturas: detestam serem chamados de africanos pelos brasileiros e pelos portugueses.
     
Isto é RECADO a nós.