DESAFIO LITERÁRIO = FILAMENTOS= MEU TAPETE
Tenho à minha frente um maravilhoso tapete tecido com filamentos multicoloridos.
Alguns verdes, cor da esperança, dos sonhos, dos desejos, vão desaparecendo na trama enquanto outros se fortalecem, destacam-se e transformam-se em realidade verdadeira como a esmeralda ou enganadora como a turmalina.
Os amarelos, cor das riquezas, das aquisições, das conquistas, desde as mais singelas até as mais brilhantes, não são tantos quantos eu gostaria, mas, sem dúvida, quantos eu mereci.
Há também os vermelhos, cor das paixões, uns esmaecendo, perdendo o tom vibrante para tornar-se o terno cor de rosa, repousante doce, lembrando flores, perfume, crianças, outros escurecendo até tornarem-se negros, negros como a total ausência de cor e de sentimento.
E os azuis, então, trazendo um pouco da cor do céu para meu tapete, juntaram-se aos vermelhos para tornarem-se o roxo funéreo ou o suave lilás. dando mais um pouco de colorido ao conjunto...
Mas, há ainda filamentos cinza que lembram meus erros, tristezas, decepções, ignorância e, sobretudo minha cegueira diante da trama maravilhosa que a vida urdiu para mim.
Agora, no fim de minha jornada, resta-me fazer o arremate.
Que cor usarei para isso? O verde, o vermelho, o amarelo, o azul?
Não!
Usarei a cor branca que é o resultado da combinação de todas as outras, pois cada uma delas foi um pouco do todo que foi a minha vida. Eu não seria eu se alguma de minhas experiências me faltasse.