Sonho
Estou com raiva, mas raiva de quem? Ao menos que eu realmente tenha raiva do mundo. É, pode ser uma alternativa. É verdade que não gosto muito das pessoas, fico logo irritada, cansada e enjoada delas. Mas para me contradizer, como sempre faço, sou muito apegada a elas, amo até algumas.
Hoje está um dia parado, PARADO MESMO. A melhor opção é ficar na cama, olhando pro teto e esperar pacientemente ou distraidamente que uma palavra ou frase perfeita venha de repente para que eu comece uma nova aventura. Gosto da ideia.
Ler, escrever e escutar música tem sido as coisas essencias da minha vida no momento. Poderia ficar facilmente muito tempo só nessa doce rendição. Não só posso, como vou.
A tristeza não é uma coisa ruim, mas sim a sua dose. É como a bebida. Não vejo a bebida como uma coisa ruim, mas sim a dose tomada. Vai entender. Talvez eu goste um pouco da tristeza, ou goste muito. Eu não sou triste, apenas sinto e exploro bem alguns sentimentos. Isso me leva a escrever também. E pronto, bastou um pouco para que eu comece a falar sobre escrever. Mas o que tem de ruim? Eu o amor.
Acabei de lembrar de um sonho que tive há alguns dias. Lá estava eu, sentada, parada e olhando para nada, como se o nada fosse tudo a minha frente. E era. Não estava frio nem quente, mas minhas mãos tremiam. Acho que estava nervosa ou com medo. Fiquei um bom tempo observando borboletas quase no fim daquele nada, chegando cada vez mais perto, trazendo uma suposta luz. Minha ansiedade aumentava, levantei rapidamente e saí correndo. Estava escapando do mundo.
Entrei em um ambiente diferente, neutro, com algumas cores espalhadas como manchas em roupas brancas. Abri uma porta. Vi o meu reflexo. Meu reflexo estranho e amedrontado. Só assim entendi que estava vendo o outro lado de mim.