Beijinho na ... de todos

Eu tinha cinco anos! É fechar os olhos e ver: pintinho de fora a balangar em todas as direções; pés descalços certamente arrobados de pregos, pedras ou cacos de vidro; rosto borrado de terra e coriza; uns bons esfolados... A surrar e cavalgar sobre o inseparável cavalo de pau, eu feito louco, alucinado, em derredor da casa sertaneja, plantada em pleno sol, no meio da caatinga como que imutável!

Por certo meus pais faziam comentários ou questionamentos, tartamudamente, entre eles, (os sertanejos sabiam que era perigoso falar sobre qualquer coisa) da serventia da lua. Serviria esta somente para atiçar lobisomens? Não! Servia também para alumiar veredas, entre pedregulhos, que lascam o sertão de ponta a ponta. É... Serve também para marcar o tempo de plantar e colher.Pois é... Também serve, quando cheia, para arretar cabra safado que nem tu... Oxente! Brincadeira mais besta essa que minha mãe diz ao me pai...

Eu sempre soube que é para tais que serve a lua. E não para americano falsário flutuar, pisar, deixar o rastro mentiroso...

Quero elementos científicos que justifiquem tão grandioso fato, fosse este sério.

Aproveito o dia xistoso (o dia em que o Homem pisou na lua diante das câmeras de TV, que transmitiam para toda a terra hehe) para retornar a minha babilônica página no Recanto das Letras.

Beijinho na bunda de todos.