O H1N1 NA NOSSA SAÚDE PÚBLICA

Não é a primeira vez que epidemias colocam em xeque e denunciam às duras penas, a real situação da saúde pública brasileira.

Há mais ou menos uma semana nosso ministro da saúde veio ao vídeo em rede nacional para nos acalmar os ânimos e esclarecer a populaçao a respeito do novo inluenza H1N1.

E não foi muito diferente em outros tempos.

Foi assim com o HIV, com a cólera, com a tuberculose, com a meningite meningocócica, com a febre tifóide, com a dengue, enfim , com outras doenças infecto contagiosas que a princípio tinham um comportamento mais ou menos impevisto mas que em algum momento, se não entraram em total equílibrio epidemiológico, ao menos saíram do foco da mídia.

Mas desta vez me parece que a situação difere das demais que já vivemos.

O vírus H1N1 é um vírus pandêmico e pode afetar qualquer um de nós independentemente de fatores de riscos pessoais ou "sociais".

Conclusão? Os serviços de saúde estão superlotados, tantos os públicos quanto os privados. E um fato é gritante: Ambos os setores me parecem não tão estruturados para lidar com a extensa demanda que a situação desencadeia...apesar da falas oficiais.

É preciso que se diga: As situações de angústia que levam as pessoas a procurarem os serviços médicos, dessa vez sim, movidas também pela mídia leiga, nem sempre são aquelas que se configura como "urgência" para uma equipe técnica em saúde.

Portanto são necessárias sensibilidade e agilidade para se lidar com o problema.

Hoje presenciei num pronto socorro de ponta aqui de Sampa uma espera média de tres horas para que se resolvesse um atendimento clínico comum, em virtude dos protocolos de atendimento das suspeitas de H1N1.

Portanto este é um termômetro de que as coisas não estão tão bem quanto se fala.E isso na rede privada.Imaginem na pública!

Talvez seja uma boa hora para que o país perceba que algo precisa ser feito urgentemente para que resgatemos a qualidade e a organização dos serviços de saúde do país. O minimamente básico.

Esse é um probelma de todos nós, porque como costumo dizer , numa sociedade não há crises setoriais.

É sempre o conjunto social que sofre no seu todo.

Nessas horas emergenciais, críticas, discursos pré datados voam ao vento e o que aparece é a nossa triste realidade, cada vez mais nua cada vez mais crua.

No atendimento privado, ou naqueles via convênios ou seguradoras de saúde, as pessoas pagam caro e pagam duas vezes(impostos!) para vislumbrarem um atendimento ou um acolhimento em saúde.

Médicos repetam as mesmas explicações e orientações pelos vídeos afora, e a imprensa sensacionalista nitidamente se aproveita para uma dupla mensagem.

Acalma e aterroriza a população.Lamentável!

Hoje numa rádio de São PAulo, a prefeitura se vangloriava ao fazer a seguinte propaganda do SUS: o que você precisa para conseguir um médico de coração?

E o meu pensamento rapidamente me respondeu:"precisa de sorte ou de reza brava!" Ah, e de muita calma nessa hora...

Um atendimento de especiaidade na rede básica de saúde pública chega a uma espera de dois anos!Isso quando acontece! E em plena capital de São Paulo! O que dizer do atendimento numa pandemia de vírus novo?

O que precisamos agora é rezar para que contemos com a possível desaceleração natural do H1N1, fenômeno que pode ocorrer em qualquer pandemia.

Embora a infecção pelo H1N1 seja de maior afinidade pelos alvéolos pulmonares, locais em que o sangue se oxigena, ela também obedece à regrinha básica de qualquer infecção:seu estrago na saúde vai depender de como a imunidade do hospedeiro (homem) lida com o vírus(agente).

Evitar aglomerações e deslocamentos desnecessários, uma boa alimentação, afastar o tabagismo e o alcoolismo e cuidar das doenças de base que atigem a imunidade são medidas aconselháveis de prevenção.

Ademais, é procurar o seu médico de confiança... se você for um daqueles sortudos em tê-lo por perto.

Porque por aqui não tem sido tão fácil quanto sugerem por aí...

Acorda Brasil!