Genuína amizade
Águida Hettwer
 
 Quando se tem amigos, as palavras não se perdem no silêncio, na geografia da alma sempre tem espaço para mais um. Vozes gêmeas entoam canções, embalando sonhos. Mãos entrelaçam pela mesma causa, e corações pulsam no mesmo ritmo.
 
 A amizade cultua gestos delicados, empresta o ombro, doa-se um colo a quem precisa. Acalenta as dores, no calor de um abraço, seca as lágrimas, com clareza conduz ao caminho certeiro, mostrando as flores e os espinhos. Admoestando com amor, revelando a verdade, apontando soluções.
 
 A genuína amizade, incentiva, estimula e vibra, senta-se na primeira fileira para aplaudir de pé as vitórias e conquistas dos amigos. No corredor do pensamento, os amigos emolduram cenas juntos, cativam momentos onde o tempo, não consegue separar.
 
   Nas amizades os desacertos, implicam a nós, exercitarmos afeto, paciência e companheirismo. Quem nunca disse um “sim” a um amigo, querendo dizer “não”. No manto da amizade, mistura-se estabilidade com ansiedade, faz reboliço com os sentimentos, traz calmaria ao estender as mãos.
 
 Na pupila da amizade, amenizam as falhas, acentuam-se as virtudes, deita-se em tapete de cumplicidade, alarga-se compreensão. Guardam-se segredos na alma, desvendam-se mensagens subliminares, deixadas no olhar.
      Do silêncio faz-se o grito, do riso partilhado se faz procissão. 
 
 
 As amizades não morrem... Apenas, alçam voo para rumos diferentes.
 
 
20.07.2009