Drogas, nunca mais!
 
Estava de volta pra casa, quando resolvi ouvir um relato de uma colega, contando como o filho dela resolveu parar de consumir drogas ilícitas. O que me prendeu a atenção foi exatamente, a maneira como ela procedera com o seu filho.

Segundo ela, estava dando expediente de trabalho quando ligaram de sua casa dizendo-lhe que seu filho de vinte anos, havia sido preso, na companhia de dois colegas fumando maconha. Ao receber a notícia, ela ficou enraivecida e falou:

“_Eu num pisarei nem lá!”

Mas é o seu filho. Ele está preso e precisa de você, de sua ajuda. Ele mandou dizer que você fosse deixar alimentação pra ele, porque está com fome. Disse sua colega de trabalho.

_Quem? Eu?Ir lá à delegacia deixar alguma coisa pra ele? Vou não!Ele tem tudo em casa que precisa, e também não o ensinei a fumar maconha... Todo dia avisava pra ele procurar somente o que prestasse, porque se parasse atrás das grades, não contasse comigo pra coisa nenhuma. Deixe-o sofrer, sentir falta de uma comida boa, uma cama confortável e o apoio que sempre teve meu.

Respondeu minha colega.

Então, o rapaz depois de uma semana foi solto como um viciado em drogas. Voltou pra casa, e meses depois, resolveu casar com uma jovem que esperava um filho dele. Não tinha emprego fixo, e novamente estava consumindo drogas ilícitas. Desta vez era o crack. Sua mãe começou a desconfiar e o alertou:

_Ouvi dizer que você agora está consumindo crack, lembre-se do que te falei,
porque se você não sabe fique sabendo que esta droga é pior que maconha, porque você ficará totalmente dependente, vai querer consumi-la freqüentemente e do jeito que não tens emprego fixo, vai correr o risco de vender as coisas de dentro de casa ou roubar, fazer tudo que num presta pra satisfazer o vício. Não conte comigo, que não aliso couro de gente ruim!

Oito meses depois, o filho dela chega pra ela e diz:

_Mãe, o leite do meu filho acabou e não tenho dinheiro pra comprar, dá pra você comprar?

Ela olha pra ele bem séria e responde:

_Quem tem que dar o leite de seu filho é você! Quem mandou gastar o dinheiro com drogas e vender objetos pra consumi-la?Agora, ninguém confia mais em você... Ninguém quer saber de você como funcionário. Você num pensou no seu filho na hora de usar drogas. Corra atrás do prejuízo!Quis que você estudasse você não quis. Não quis ser gente, então, dê seu jeito e pode cuidar de dar de comer a seu filho, não espere por mim. Já fiz a minha parte. Sei que o inocente não tem culpa, mas enquanto ele se rasga de chorar, pense no mal que está fazendo a ele e a você, e resolva se vale a pena viver assim.

Desse dia em diante, ele nunca mais usou drogas, até deixou de beber e de fumar cigarro comum. Dedicou-se ao trabalho e a seu filho.

Diante do exposto, penso que é muito relativa à situação em si, da convivência com as drogas ilícitas na família, mas apesar dos Centros de Apoios aos drogados, para recuperação, é necessário que a decisão parta de dentro pra fora do usuário. No caso mencionado, o usuário não teve alternativas, ou deixava, ou tinha que deixar mesmo, a menos que se tornasse indiferente a coisa que ele mais amava na vida, que era seu filho.A mãe foi dura,de fato.Não deu trégua, mas se ela reagisse diferente, será que ele teria se decidido com tanta convicção?Talvez não!Quem pode saber? Acho que ninguém.

Como tenho um filho rapaz de quase dezenove anos, acabei refletindo:

Com o coração bobo do jeito do meu, talvez sofresse muito porque não teria coragem de dormir sabendo que meu filho estava com fome atrás das grades, nem tão pouco deixaria jamais um neto meu chorar por um copo de leite. Por outro lado, cada caso é um caso. ´, e não serei eu a pessoa a julgá-la por isso.
O fato é que ninguém está isento de passar por isso na família, e só sabe quem já acompanhou de perto ou que sentiu na pele.

 

Antonia Zilma
Enviado por Antonia Zilma em 19/07/2009
Reeditado em 14/09/2022
Código do texto: T1708725
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