O Baile dos Mascarados

Ficamos eufóricas quando o amigo Lawrence propôs irmos com ele ao Baile dos Mascarados, em Roma. Convite de seu pai, produtor de cinema.Na Cidade Eterna, sua mãe, Mrs Safir, nos levou para arranjar fantasias. Concordamos logo que Lawrence devia ir com aquelas roupas e turbantes das Arábias, Helena escolheu ser deusa grega e eu não resisti, vesti-me de Beatrice, daqueles outros tempos.

No meio da praça, luzes do palácio dançavam nas águas da fonte. Que beleza! Lá dentro, Arlequins, Pierrots, Julietas, Romeus... Não faltaram Napoleão, Josefina, nem a Marquesa de Pompadour. E personagens de filmes: Spartacus, Cleópatras e Marco Aurélios, em meio a gangsters mafiosos e famosos. A orquestra tocava e nós ali, maravilhados...

Quando os músicos iniciaram o Tema de Lara, fiquei arrepiada. Um Pierrot ao meu lado percebeu, pegou minha mão e me arrastou pro salão. Embalada nos passos do Mascarado, olhos quase fechados,me senti nas nuvens. Até lembrei do “carnaval que passou”... De repente, ao som de acordes mais fortes, ele – meu par - num largo gesto teatral, arrancou a máscara:em carne e osso, Omar Sharif apareceu! Salva de palmas!

Então, com aqueles olhos enormes, ele agradeceu em reverência. E junto com o seu, meu braço levantou!

Mas Madame Forestier, para quem eu trabalhava como fille-au-pair na França, ao ver as fotos não acreditou. Só pensou ser verdade mesmo aquele Lawrence O´Toole...

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Fille-au-pair: estudante que troca algumas horas de trabalhos domésticos por hospedagem.