Um dos grandes avanços da humanidade foi ter descoberto a agricultura e assim ter se fixado a um determinado lugar e minimizado aos riscos de sobrevivência. Outro foi à revolução industrial, muito discutível pelos efeitos causados ao meio ambiente, porém um avanço significativo para a economia. A forma de implementar esse processo não foi adequada, pois o homem com sua ganância e avareza não mediu conseqüências, atropelando princípios fundamentais, desconsiderando a igualdade de acesso aos bens de capital e a justa remuneração do trabalho para de forma, egoísta, acumular riqueza. Contudo, sem a industrialização, nosso processo evolutivo seria muito mais lento. Imaginem que a escrita, por exemplo, uma das maiores invenções do homem, aliada a invenção da tipografia, foi um passo gigantesco para difusão do conhecimento, uma vez que, para produzir mil cópias de um certo livro era necessário o trabalho diário de mais de 200 copistas durante um ano. Uma forma de gerar mais empregos, porém impossibilitaria a transferência de conhecimento na velocidade e proporção do crescimento da população.
Hoje, estamos vivendo a era da informação, da sociedade do conhecimento na qual, saber é o diferencial. A rapidez e a velocidade são fatores fundamentais para o sucesso. Destaca-se a informática, presente na imensa maioria dos processos e o uso cada vez maior da internet. Entretanto, o que nos deixa verdadeiramente felizes continua sendo algo que habita no nosso interior, desde o principio da humanidade, muito antes do tempo em que para matar a fome, precisávamos arriscar a própria vida na caça de animais ferozes. Atualmente, apesar das imperfeições do sistema econômico, é possível matar a fome com o próprio trabalho em condições infinitamente menos arriscadas.
Satisfazer as necessidades orgânicas, apesar de tudo é muito mais fácil nos dias atuais, porém as necessidades da alma, do espírito, do eu interior esta cada vez mais difícil e o íntimo clama por atenção, pois desde aquela época vem sendo deixado de lado em beneficio as coisas materiais; as necessidades mais orgânicas. Há cerca de dois mil anos, um homem fez um grande alerta, mostrou o caminho e revolucionou tanto o mundo dos homens que foi crucificado. Tudo o que Ele falava estava alicerçado no amor, esse sentimento que dá origem à fraternidade, à caridade, à tolerância e tantos outros sentimentos que resultam na felicidade. Todos aspectos de origem interna, acessíveis a todos, diferentemente dos bens de capital ou de consumo. Somos, todos nós, dotados destes sentimentos, são eles que conduzem à felicidade e não o valor do salário, a classe social ou o carro na garagem, pois a felicidade está em saber amar, para ser amado, já que quando se ama e, se é amado, transbordamos de felicidade.
Se realmente acreditamos que somos todos iguais, que somos todos irmãos, então porque tanto egoísmo, porque não quebrar essa barreira do individualismo e ser mais solidário com os outros? Não sou ingênuo, nem santo e muito menos hipócrita por fazer esses questionamentos, porém, pretendo apenas bater mais uma vez na tecla de que alguém tem que começar, mas, se esse alguém é a pessoa mais difícil de encontrar, pode ser qualquer um, porque é difícil iniciar por nós mesmos. Então, já que é assim, difícil em ser o primeiro, porque não ser um pouco melhor a cada dia e tentar contaminar os outros, com o mesmo espírito para que no futuro sejamos todos melhores e naturalmente nos tornarmos verdadeiramente irmãos. Um dia isso terá que acontecer, portanto, não existe razão consistente para adiarmos, afinal enquanto não aprendermos, a lição terá que ser repetida e, a cada repetição, maior será a dor e o esforço necessário.
Este é um raciocínio lógico, independe da fé, trata-se apenas de inteligência, o que me faz pensar que podemos, até mesmo estarmos todos errados quanto ao nosso destino final, no entanto, ainda, a imensa maioria acredita num instinto interno, alheio a religiosidade, que realmente podemos ter acesso a algo muito melhor após essa vida, sendo que um dos principais critérios de avaliação para acessá-lo está relacionado a todos esses fatores. Uma vez conscientes, não faz sentido irmos contra o instinto interior, pois fomos programados para alcançar a felicidade, basta acreditarmos e desenvolvermos os sentimentos certos, uma vez que em sua infinita bondade Deus nos dotou do livre arbítrio, o que não nos impede de seguirmos o caminho errado, porém esse nos leva sempre mais longe da verdadeira felicidade e um dia deverá ser refeito com muita dor e sofrimento, pois essa é a lei que rege todo o universo.
Tudo é discutível, até mesmo se essa lei ou se todo o aprendizado segue somente o caminho da dor ou do amor, porém o que é indiscutível é o que sentimos verdadeiramente, é aquela certeza que cada um tem, e sabe perfeitamente que é a verdade, essa é divina e indiscutível. Mas não se engane ela jamais passa pelo egoísmo ou desvia do amor, já que é fruto, deste. O mesmo amor que no principio ajudou a manter o próprio corpo vivo, instituiu a família, organizou a sociedade, garantiu direitos e foi fazendo o homem crescer, porém agora, exige maior espaço para que o homem não retroceda, evolua harmonicamente e ingresse verdadeiramente no caminho da felicidade. Boa semana.