ATO III: Os Planos
O Auto da Piedade
Sete Atos de Loucura
O que me resta: o agora!
Diante do presente
Tremo
Pois já não tenho planos de vôo
Já não sou guiado pelos
Controladores de Pouso
Aterriso onde quero
Lanço vôo onde desejo
Pária, só conto com a boa sorte
E mesmo assim, não confio nela totalmente
Pois, confiar cegamente na sorte
É a maior das loucuras
A sorte é imprevisível
Por hora sopra
Por outras é como se não existisse
Penso, mas isso não quer dizer que existo.
Pelo menos não mais para o mundo que eu vivo,
fui descartado,
comido vivo
devido minha aparência.
É o que me mostra os olhos do moço que se desviam da minha mão estendida,
do meu pedir por comida.
Já não sei quanto peso
Só como aquilo que consigo
Pois o que preciso já não tenho
Imagine o que quero?
Porém, sei exatamente qual é o meu tamanho
Basta uma caixa pequena
Dois sacos de lixo médio
Enfiados nas pernas
Para que eu entre quentinho no Reino do Sono