E EU ASSIM DANÇO…

Confissão: não percebo nada dos tipos tradicionais de dança, incluindo aquele que se pratica nas discotecas ou em bailaricos…A seguir sou uma pessoa de afectos ou manifestações públicas físicas de exteriorização bastante reservado, o que me sobra na escrita ou em noites à volta de cafés, ou à volta de cervejas, onde me liberto e onde o meu “verdadeiro eu” vem ao de cima, sendo estas ocasiões aquelas ideais para quem me quer conhecer melhor.

Não que não tenha jeito para certas danças, pois tenho, só não as gosto de dançar, só isso…

Mas não deixo de dançar, mas à minha maneira, maneira própria diferente, tinha de ser diferente, ou não fosse eu uma pessoa marcada pela diferença…

Para mim a dança é algo de intimista que quase coloco no mesmo patamar do amor, é algo que só faço quando me apetece e na presença de quem realmente gosto, e ainda por cima, só gosto de dançar ao som de certas músicas, músicas que tenho no meu Mp3, musicas sempre com uma mensagem, ou pelo menos instrumentais que me fazem dançar para os preencher com as minhas palavras físicas.

E assim eu danço…

Acompanhando essas musicas com o corpo, interpretando-as à minha maneira, fazendo a mímica do que querem dizer as palavras ou os sons para mim, e para quem me vê de fora sem compreender, parece uma dança estranha, sem significado, pois enquanto todos dançam da mesma maneira, eu no meu canto, danço a minha dança, solto o corpo, solto a alma, num bailado personalizado que me faz feliz, pois eu adoro dançar, mas segundo a pauta flexível mas de contornos bem definidos com que danço na minha vida, de tal ordem que chego a dançar discretamente enquanto passeio se “aquela música” aparece no Mp3, fechando os olhos e dançando discretamente, pouco me importando se quem me observa acha tal parvo, pois é a minha dança, sou eu…Sendo que a dança que sabe melhor é aquela nas noites de verão, com a luz das estrelas que tanto amo, pois danço para mim, mas também para essas estrelas, supremos veículos de uma sublime inspiração corpórea e mental.

E assim já dancei por vários locais de Portugal e da Europa, já dancei ao cair da tarde em Paris, Milão, Veneza, Barcelona e em outros locais que mal vêm no mapa, mas que ficaram marcados em mim por muitas e boas razões, mas também por lá ter dançado, numa manifestação de alegria, de profundo amor à vida que tanto me caracteriza.

E eu assim danço…