QUE ASSIM SEJA. AMÉM

Já foi dito que a linguagem é uma fonte de desentendimento; não sei se é por culpa da confusão que Deus provocou quando os homens quiseram bater à Sua porta, construindo uma torre lá pras bandas de Babel. Mas, como ia dizendo, Deus desceu lá das suas alturas e veio ver o que as suas criaturas andavam aprontando aqui em baixo e não gostou nada do que viu e disse lá pros botões de sua batina: “ Eles constituem apenas um povo e falam uma única língua. Vamos pois confundir de tal modo a linguagem deles que não consiga compreender-se uns aos outros.” Dito e feito. A partir daí, nunca mais os homens se entenderam, passaram a tratar-se como inimigos. O resultado disso foi um tal de esta terra é minha e ninguém tasca; a cuspir na mãe para saber quem começa a peleja e haja guerra pra lá, haja guerra pra cá. Aqui entre nós, entre outras, os “cumpanheiros” deram inicio ao processo latifúndio/minifúndio, com a manifestação anárquica dos “sem terra”, exigindo o seu pedaço, sob as ordens dos comandantes-em-chefe Rainha/Stédile e as bênçãos do rei coroado Luis Sem Terra e Sem Governo. Mas ninguém ousou dizer pra Deus: ta vendo o que você fez!? Ah, deixa pra lá! Eu estou mesma é preocupada em construir um zigurate para servir de base a um templo nos moldes do Templo Branco de Uruk na antiga Sumeria, este tinha uma escada que ligava este mundo a um outro mundo. E é nesse outro mundo que eu estou interessada, é uma espécie de céu particular, se conseguir entrar, espero ter por companhia pessoas que falem a mesma língua que eu, então seremos deuses, mas não rivais como Enki e Enlil (deuses da Mitologia sumeria)para que não haja mais discussão entre nós e nossas línguas não sejam confundidas e a paz possa reinar. Amém

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 14/07/2009
Reeditado em 14/07/2009
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