ALDEIA GLOBAL, ILHA HUMANA...
Às vezes tenho a sensação que a aldeia global que habitamos é uma grande ilha e nós, humanos, pequenos rios, não como parte de um todo que se integra, mas oásis perdidos, riachos que não se encontram; que secam antes de formar um grande oceano. Fios cristalinos que se perdem na seca face da terra, como lágrimas de dor de almas feridas, perdidas.
Nesta aldeia os espaços são ampliados, mas as almas continuam vazias, isoladas, construindo muros em vez de pontes. Um continente de grandes conquistas, de economia tão aquecida quanto o calor dos dias no Saara, e sentimentos tão frios quanto suas noites.
A multiplicidade de culturas, a pluralidade que deveria enriquecer as relações empobrece as nações exploradas por aquelas que se julgam superiores, que buscam controlar o mundo impondo suas políticas.
Esta busca desefreada pelo poder, pelo controle da situação nos remetem a tempos remotos da humanidade quando, querendo atingir os céus, o homem quis construir uma grande torre. Hoje, querendo superar seu criador, o homem cria armadilhas que o eclipsa em suas invenções megalomaníacas.
Precisamos [re]aprender a olhar o outro, a nos preocuparmos com suas dores, ou corremos o risco de nos perdermos de nós mesmos. Nesta Babel moderna o homem continua escravo de seu egoísmo e ainda não aprendeu que sem o outro ele é um todo que não se completa.