UMA MULHER EM TANTAS
Embora não pareça à primeira vista, sou reservada. O que induz meu interlocutor ao erro. Muitos podem supor, pela vibração das sonoras gargalhadas, uma pessoa extrovertida, segura e aberta.
Não sou exatamente uma coisa, nem outra.
Sou tantas mulheres em uma Torre de Babel na alma.
Resumo da ópera "Madame Babilônia": olhos amendoados, "cara de quibe", perfil grego (é o que dizem!), gargalhada napolitana, sangue ferve em espanhol, legendas em português, nome (artístico) de filme de Fellini, natureza britânica. Por isso, sempre saio à francesa.
Escrever é uma das minhas maiores paixões. Provavelmente a melhor delas. No entanto, comunicar é um dos (meus) maiores desafios. Como poderei entender o outro se, tantas vezes, nem mesmo a mim consigo?
E o que dizer dos outros idiomas? Idioma "não é língua". A língua é "corpo vivo", sua "carne e sangue" feitos de experiência, valor e bagagem pessoais. O idioma, não contém esta "impressão digital em letras”. É um amontoado de símbolos e convenções. Quem dá vida ao idioma é a língua.
O corpo da palavra "veste" tamanho único? Ou cada um vê e sente de acordo com a sua "impressão digital" de linguagem?
As palavras são vazias para acolher os sentidos. Comunicar é preenchê-las de sentidos próprios. Terreno propício para equívocos e confusões. Ilusão achar que você e eu falamos a mesma língua ao compartilhar idioma. Os desencontros na comunicação acontecem porque não existe lei que determine um único sentido possível. Se não nos abrirmos para entender outros "sons e letras", nasce a incomunicabilidade: e o sentido agoniza!
Hei! Alguém aí fala a mesma língua?
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
Embora não pareça à primeira vista, sou reservada. O que induz meu interlocutor ao erro. Muitos podem supor, pela vibração das sonoras gargalhadas, uma pessoa extrovertida, segura e aberta.
Não sou exatamente uma coisa, nem outra.
Sou tantas mulheres em uma Torre de Babel na alma.
Resumo da ópera "Madame Babilônia": olhos amendoados, "cara de quibe", perfil grego (é o que dizem!), gargalhada napolitana, sangue ferve em espanhol, legendas em português, nome (artístico) de filme de Fellini, natureza britânica. Por isso, sempre saio à francesa.
Escrever é uma das minhas maiores paixões. Provavelmente a melhor delas. No entanto, comunicar é um dos (meus) maiores desafios. Como poderei entender o outro se, tantas vezes, nem mesmo a mim consigo?
E o que dizer dos outros idiomas? Idioma "não é língua". A língua é "corpo vivo", sua "carne e sangue" feitos de experiência, valor e bagagem pessoais. O idioma, não contém esta "impressão digital em letras”. É um amontoado de símbolos e convenções. Quem dá vida ao idioma é a língua.
O corpo da palavra "veste" tamanho único? Ou cada um vê e sente de acordo com a sua "impressão digital" de linguagem?
As palavras são vazias para acolher os sentidos. Comunicar é preenchê-las de sentidos próprios. Terreno propício para equívocos e confusões. Ilusão achar que você e eu falamos a mesma língua ao compartilhar idioma. Os desencontros na comunicação acontecem porque não existe lei que determine um único sentido possível. Se não nos abrirmos para entender outros "sons e letras", nasce a incomunicabilidade: e o sentido agoniza!
Hei! Alguém aí fala a mesma língua?
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net