Se eu amar o próximo...
Em uma tarde estava no meu serviço, quando chega um senhor para efetuar um recebimento. Cumprimentamos-nos, fiz o recibo, efetuei o pagamento, levei-o até a porta.
Quando ia saindo percebeu que a porta ficava trancada e eu só abro quando conheço a pessoa que está do lado de fora.
A partir disso, aquele senhor quis me falar sobre seus pensamentos.
“Se tivéssemos amor um pelo outro esta porta não precisava ficar trancada, por que ninguém que entrasse aqui iria querer roubar ou abusar de você.”
Em uns 20 minutos de conversa, ali na porta, ele resumiu que a solução para os problemas do mundo é o Amor ao Próximo, só isso.
Fiquei encantada com jeito daquele homem falar. Era um homem simples, um marceneiro, não aparentava ter muito estudo e, descobri que o estudo realmente não é o que mais importa.
Várias vezes ele repetiu: “Se tivéssemos amor ao próximo...”
Me contou que antigamente ele fechava a porta de sua casa somente com “tramelas”. Hoje é necessário chave, cadeado, trinco e mesmo assim nos sentimos inseguros, com medo. Não seria desse jeito se tivéssemos Amor ao Próximo.
Agora eu penso que Renato Russo teve razão quando cantou “... Afinal amar ao próximo é tão demodê...”
Nessa rápida conversa, o que mais me chamou atenção foi quando disse que muitas vezes as religiões se preocupam em Amar a Deus sobre todas as coisas. Mas isso não adianta se não tivermos Amor ao próximo. Não adianta eu dizer que amo a Deus, sirvo Ele, se meu relacionamento com o próximo não é fraterno, não é compreensível.
Quando estava indo embora, me cumprimentou novamente, pegando na minha mão e disse: “A gente tem que pedir pra Deus iluminar os homens, para que amem o outro. Não precisaremos mais de ficar presos se tiver amor pelo irmão.”
Bela lição ganhei neste dia.
Percebo que a sabedoria está escondida onde não pensamos que ela está.