A calma

OBS: texto escrito em 01-10-2007

Havia calma.

No silêncio, não pude conter-me por meus olhos.

E quando o frio soprou os sessenta toques do minuto que não passava;

E da minha alma saiu o choro que se guardava,

Dobrei cada folha da vida como se fosse o fim de uma época,

Que não havia mais volta.

Por onde penei, e as chuvas que ouvi cair por cada gota repetida;

Os sorrisos falsos que remontavam à repugnância da nostalgia que não parava;

E as cinzas do que havia de morto em mim levadas por um vento que eu não queria;

Ao enxergar tudo isso, tentei lutar, mas contra o Sentimento não há combate:

Há coisas que, devido à sua extensão, não se explicam: somente se sente.

Como quem foge da enxurrada que não tem fuga,

Assim fui, por não completar-me com as falhas que tenho em mim, e não assumir cada ponto que deveria ser retomado.

Não recorri a mim e fui pequeno,

Pois no fundo sabia que o caminho que procurava era o declínio de mim mesmo.

Pelos ventos do destino indefinido não houve sorte...