Da Terrinha VI - O tio Poste...
Da Terrinha VI - O tio Poste...
Eu e o amigo Batata partimos para uma pescaria à tardinha, no ribeirão dos Moleques, nuns poços abaixo do rancho do Santo. Levamos, é claro, uma dúzia de garrafas de cerveja, pra ir matando o tempo.
Como havíamos esquecido de levar as iscas adequadas (minhocas e pedaços de lambaris), usamos o que havia à mão, o salame que havíamos levado pra tira gosto.
Mas, não demorou, e Batata começou a fisgar uns piauzinhos, enquanto eu procurava um poço, mais abaixo. Mas, ele estava jogando os peixes que fisgava na grama do barranco, se esquecendo da renca de gatos que adotaram a área do rancho para morada. Logo, os bichanos estavam de barriga inchada.
Eu, que estava mais abaixo, achei um poço bom de lobós e, fui fisgando os peixes e, guardando, pro frito.
Passado um tempo, Batata começou a me chamar pra ir embora. Então, voltei ao rancho e, acendemos os matacões de óleo queimado pra iluminar o lugar.
Com o luar batendo na vegetação próxima ao rancho e, o sossego do lugar, decidimos tomar mais duas cervejas, antes de ir embora. Mas, o assunto foi ficando bom, e as duas se transformaram em doze...
Quando pegamos o caminho de volta pra cidade, já eram vinte horas.
Na curva da entrada do Jardim da Vitória, me distraí, quando vi na área da casa em frente, o meu tio Pedro, a quem ainda não havia conseguido avistar, desde que cheguei de férias. De repente, senti um puxão no volante, e ouvi Batata falando alto:
"Ei! Tá doido - do jeito que ia, o carro ia subir na calçada lá na frente, seu doido!..."
E eu só consegui responder: "Rapaz, me distraí. É que vi o tio Pedro em casa, que eu queria encontrar..."
Batata atalhou enérgico: "...Do jeito que o carro ia, voce ia encontrar era o tio Poste!"
Passado o susto e um tempinho, começamos a rir da coisa.