Vento

O vento é uma das manifestações da natureza mais inconvenientes; nem me refiro àqueles ciclones, que assolam os estados Unidos e servem de tema para filmes tolos. Vento é algo inconseqüente, aborrecido, desmancha cabelo, joga cisco nos olhos, uma droga; em Fortaleza fui cercado pelo vento, por tudo que era lado, o que me obrigou a ficar trancado no hotel, sem coragem de sair. Vento é dose! Quando está muito calor nós desajuizados reclamamos - nem um ventinho! Brincamos com fogo; por falar em fogo, já imaginaram os incêndios nas reservas florestais incentivados pelos ventos? O vento entra como vilão até nos filmes de terror. Não há um filme de terror sem vento soprando, com forte cicio para dar clima; cicio? Verdadeiros uivos! Já imaginaram velório com vento soprando do lado de fora? O que é pior, o vento nunca sopra em silêncio; isto é o que atemoriza. Lê-se nos jornais, seguindo-se a uma ventania - foram registrados ventos de 120 Km/h em Realengo; não sei porque escolhi esse aprazível recanto verde-oliva! Ficamos imaginando nos lugares em que o vento é feroz como na América. Os cyclones ou whirlwind para os íntimos batem recordes de velocidade. Lembro-me de Havana, onde um grande cartaz anunciava a temporada de ciclones de tanto a tanto; fiquei assustado, pois, estava rigorosamente dentro do prazo anunciado; até no amor os ventos influem...”Ela se enamorou de outro rapaz, quando o ciclone atingiu nossos caminhos”... Cantava o Nelson Gonçalves; imagino o estrago que o tal ciclone fez na cabeça da mulher amada...Estou parecendo aqueles cabeças de vento!

Abrantes Junior
Enviado por Abrantes Junior em 13/07/2009
Código do texto: T1697962
Classificação de conteúdo: seguro