COM O PERDÃO DO MESTRE
COM O PERDÃO DO MESTRE
Os ombros suportam o mundo. Chegou um tempo em que digo muito mais vezes: Meu Deus! Sem Ele as pedras no meu caminho já teriam me levado ao chão. Tempo de absoluta compreensão.Tempo em que digo muito mais: Meu amor! Porque o amor resultou útil. Meus olhos ainda choram,pois a sensibilidade para captar os sentimentos da vida não deixa meu coração secar. Não em vão mulheres batem à porta. Sempre abrirei. Sem elas a vida não tem cor. Com elas a luz não se apaga. Não existem sombras. Hoje, de nada tenho certeza. Minha opinião final, ainda não se formou. Ai de mim se não fossem os amigos. Foram eles que afugentaram os urubus em concílio, mesmo com a rês ainda respirando. Muito me preocupa a velhice. Aliás, já estou aprendendo o que seja a velhice. Algumas limitações já se materializaram. Meus ombros já sentem o peso do mundo, e como pesa!
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios, provam que a vida segue e que eu também ainda não me libertei. Acho bárbaro este espetáculo, mas, prefiro continuar vivendo. Sempre foi tempo de viver. A vida sempre foi uma ordem. Mesmo sem cavalo preto que fuja a galope. A vida apenas, sem mistificação.
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