MARIA DA FÉ
Maria da Fé é um nome que surgiu na minha vida há muito tempo, simplesmente pelo motivo que o noivo tinha um terreno lá. Soube que consistia de uma cidadezinha ao sul de Minas com clima frio e sua característica mais encantadora, a meus olhos, era que tinha as calçadas decoradas com pés de azeitona, ou seja, oliveiras! Planta de Portugal e de países frios. Puro encantamento! O casamento aconteceu com comunhão de bens, e de bens mesmos foram só os filhos que tive. Mas, a cidade e o terreno, não cheguei a conhecer. Desejei ir lá e plantar oliveiras no tal terreno, cercá-lo, quem sabe fazer uma casinha...
O tempo passou, a vida passou e o terreno virou um item do inventário atual. Nem sei como vou saber desse terreno para terminar o inventário. A vida é simples, mas para alguns é complicada. Hoje, nem meus filhos querem ir até lá. O que era doce virou azedo. Fui me desapegando das coisas. Dos bens. E de sonhos. Sentimentos vagos e desacertos; tristeza e desistência. De quê? Desprendendo-me deles e de mim. Superando as frustrações. Maria da Fé com oliveiras enfeitando as calçadas, um pequeno terreno que poderia estar coberto de oliveiras com azeitonas espalhadas pelo chão. É o Robinson Crusoé falando com a minha alma. Há palavras que tem um sentido de vida, de aventura, de encanto que não sei explicar, só sentir.
Cordoalhas. Uvas secando em passas no varal para o inverno futuro de abastança e prazer. Tulipas. A brotação. O chão varrido lisinho. O ar bom lá fora. O mar com suas caravelas e os rios de água pura. O bem da inteligência, o sabor do carinho, do conviver em harmonia, da solidão, da paz. A aventura da vida. O ficar juntinho. O ficar também livre e independente, horizontes abertos.
A tulipa negra e a azeitona não colhida.
Maria da Fé é um nome que surgiu na minha vida há muito tempo, simplesmente pelo motivo que o noivo tinha um terreno lá. Soube que consistia de uma cidadezinha ao sul de Minas com clima frio e sua característica mais encantadora, a meus olhos, era que tinha as calçadas decoradas com pés de azeitona, ou seja, oliveiras! Planta de Portugal e de países frios. Puro encantamento! O casamento aconteceu com comunhão de bens, e de bens mesmos foram só os filhos que tive. Mas, a cidade e o terreno, não cheguei a conhecer. Desejei ir lá e plantar oliveiras no tal terreno, cercá-lo, quem sabe fazer uma casinha...
O tempo passou, a vida passou e o terreno virou um item do inventário atual. Nem sei como vou saber desse terreno para terminar o inventário. A vida é simples, mas para alguns é complicada. Hoje, nem meus filhos querem ir até lá. O que era doce virou azedo. Fui me desapegando das coisas. Dos bens. E de sonhos. Sentimentos vagos e desacertos; tristeza e desistência. De quê? Desprendendo-me deles e de mim. Superando as frustrações. Maria da Fé com oliveiras enfeitando as calçadas, um pequeno terreno que poderia estar coberto de oliveiras com azeitonas espalhadas pelo chão. É o Robinson Crusoé falando com a minha alma. Há palavras que tem um sentido de vida, de aventura, de encanto que não sei explicar, só sentir.
Cordoalhas. Uvas secando em passas no varal para o inverno futuro de abastança e prazer. Tulipas. A brotação. O chão varrido lisinho. O ar bom lá fora. O mar com suas caravelas e os rios de água pura. O bem da inteligência, o sabor do carinho, do conviver em harmonia, da solidão, da paz. A aventura da vida. O ficar juntinho. O ficar também livre e independente, horizontes abertos.
A tulipa negra e a azeitona não colhida.
MLuiza Martins