O caos criador

O caos criador

O caos criador nos remete a um paradoxo, a uma ambivalência de significados.

Temos uma idéia de que o caos carrega em si algo de maléfico, de destruidor e de negativo que nos afasta.

Mas, em certos momentos nos deparamos com a outra face do caos, a que gera mudança, expansão e criação.

Para exemplificar este pensamento podemos imaginar a imagem de um vulcão entrando em erupção. Primeiro um forte estrondo estremecendo o solo que é sentido pela população próxima. Em seguida, uma nuvem de fumaça e gases que se espalham e a lava fervente, incandescente que desliza do alto vagarosamente e de forma imperiosa.

É ameaçador, nos remete aos nossos medos mais primários e a nossa luta pela sobrevivência.

Após a erupção, o cenário é quase sempre devastador. Depois de algum tempo os arredores do vulcão formados pelas lavas resfriadas são transformados em solos extremamente férteis para a agricultura. A aparente destruição gera a fertilidade. Eis um exemplo do caos criador.

O universo do qual todos nós fazemos parte, nasceu de uma enorme explosão que deu origem ao espaço, ao tempo, a matéria e tudo o mais que nele existe. Como no exemplo anterior, a pressão atinge um limite máximo antes de uma criação.

Uma estrela nasce de uma explosão e depois ilumina a escuridão da noite. A borboleta nasce da larva enclausurada no casulo escuro que se rompe quando suas asas coloridas estão completas e prontas para o vôo. A semente depois de plantada na terra escura e úmida, explode num broto e caminha em direção a luz. São vários exemplos de um "caos criador".

Os seres humanos vivem fases semelhantes aos processos da natureza. Quando chegamos aos limites da dor, do sofrimento e do cansaço acreditamos ser o fim de tudo. Quem já não passou por crises em que suas forças chegaram ao limite da sobrevivência, em que a desesperança e o desespero tomaram conta de seus corações e almas?

Então algo acontece e vislumbramos uma pequena chama de luz no "fim do túnel". Uma força desconhecida nos impulsiona para a luta e prosseguimos o nosso caminho em direção à luz, a nossa própria luz que é Vida.

Somente depois de chegarmos ao limite do insuportável da realidade, verdadeiros impasses, é que a nossa força criativa se faz presente e nos transforma.

Que fique claro que em momento nenhum defendo que a criação só pode nascer a partir do caos! Mas, da mesma forma que a luz nasce da escuridão o caos pode ser também um caminho para a criação!

Beethoven compõe a belíssima Nona Sinfonia quando seus ouvidos físicos já estavam impossibilitados de ouvir, mas, os ouvidos de sua alma permaneciam com a capacidade preservada. Atualmente, as pessoas com deficiência auditiva podem sentir a música através de luzes coloridas e sincronizadas ritmicamente!Há pouco tempo atrás nem poderíamos sonhar com esta possibilidade.

A proposta que fica como sugestão é que aproveitemos as nossas crises, perdas ou frustrações como verdadeiras possibilidades de sairmos da "escuridão" em direção a grande luz, a Vida que pulsa em cada uma de nossas células, em cada segundo que respiramos!

Com certeza esta atitude trará trabalho, algum cansaço...Mas muita esperança, animo e alegria para nós e para o mundo em que vivemos.

Muita Paz e esperança em sua vida!

Anna Ysabel
Enviado por Anna Ysabel em 13/07/2009
Código do texto: T1696978
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