NO FIM DA VIDA, NÃO QUERO MORRER...

Estive pensando nas coisas que passamos na vida, em especial naquelas com as quais nunca nos acostumamos e para as quais por um número quase infinito de fatores nunca nos preparamos.

O inicio da vida por exemplo, pode ser quase por um descuido, um acontecimento inesperado da vida, embora esta palavra descuido me soe estranha aos ouvidos, e quanto a ela tenho algumas reservas...

O fim da vida por outro lado, também passa, em alguns casos, pelos mesmos problemas!

Tirando as fatalidades na vida, os descuidos, são em grande parte um fator determinante do seu fim.

E o número de possibilidades que esta palavra encerra dentro de si, é espantoso e alarmante.

Vai desde fatores sócio-econômicos, culturais,politicos á nossa incapacidade quase total de estarmos preparados para ela.

Assim, dessa forma como o pensamento se organiza dentro de mim, vejo que existem vários elementos externos a nós, que facilitam e possibilitam chegar-se a um fim de vida mais ou menos aceitável e confortável...

Mas estes elementos externos são em última análize um reflexo de nossa maneira de pensar e sentir e portanto vivênciar o que chamamos de sociedade, com suas várias nuances e portanto dão indicação clara do que existe em nosso ser ou do que não deveria existir...

Somos nós, todos nós, que criamos e mantemos as coisas como estão!

Seremos nós, todos nós, que mudaremos as coisas, para uma forma como poderiam ser!

A mudança empreendida por poucos raras vezes tem chances reais de exito!

Mas mesmo assim, ainda é da manipulação atenta de fatores externos a nós que estou falando, fatores que foram criados por nós mesmos é verdade.

Então o cerne da questão é qual?

Se somos nós, todos nós, que criamos e mantemos as regras por que não as mudamos?

Apatia?

Indiferença?

Comodismo?

Talvez todas estas opções e outras mais que não foram listadas aqui... Sem falar que cada caso é um caso e como tal apresenta particularidades que fazem com que seja examinado de forma particular!

E de certa maneira é aqui o ponto central dessa discussão, a particularidade, o pessoal, o privado, que dificulta, que emperra uma mudança real para todos, de forma positiva para todos e que faz com que não exista um algo bom, positivo para todos...

Assim, chegamos ao fim da vida, da forma que podemos, mais ou menos amparados, mais ou menos preparados para a cessação do peno gozo dela.

Os que ficam, são a parcela de pessoas, que a mercê dos conhecimentos adquiridos com a história dos outros deveriam melhor se preparar para quando forem percorrer os mesmos caminhos de vida...

Mas não!

Nunca estamos preparados para viver esta fase de nossas existências!

Enquanto um sofre e agoniza, numa luta ferrenha por sua própria vida, outros sofrem e agonizam, pela possivel perda do ente querido, pelas dividas que adquirem com esta empreitada... Estando a mercê de fatores externos e internos a si próprios, numa luta ferenha e doida!

Outra vez estamos frente e frente com a maneira particular, privada de como encarrar tal situação.

Mas penso que deve existir dentro de cada um de nós um pouco de senso comum, que levá-nos no fim a pensar e sentir de uma forma quase uniforme; não estamos preparados para morrer por que não queremos morrer, por que no fim sabemos que não vamos morrer!

As providências externas então seriam desnecessárias, pois nós não vamos nunca morrer!

As de foro intimo, conflitam inteiramente com aquela centelha dentro de nós que diz nós não vamos morrer...

E no fim todos morrem... E preparados ou não todos ultrapassam esta fase da vida, ilesos ou não!

E este texto parece encontrar-se num fim, sem fim, sem conclusão?

Não!

Pensei comigo, nestes momentos de minha vida, antes de escrever, durante a escrita deste texto, que nós nunca estaremos preparados para morrer, ou para perder nossos entes queridos, tanto nas formas exteriores a nós, quanto na intimidade de nossos pensamentos e sentimentos, por que entendemos de forma pouco clara a sentelha de vida e de esperança que trazemos conosco, dentro de nós, a da certeza da vida eterna!

Nós não preparamos para nossos corpos as melhores condições para viver ou para morrer, pois nós não preparamos as melhores condições de existência para nossas almas.

E aquela centelha de esperança de uma vida eterna existe dentro de nós!

Quanto tempo será necessário para que cada ser humano tome conhecimento das forças existentes dentro de si, para que viva ou morra melhor?

 

Edvaldo Rosa

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12/07/2009