O porquê das diferenças sociais - 2

Achei por bem dar continuidade ao assunto já tratado anteriormente, porque algo ainda ficou faltando para se concluir sobre o porquê das diferenças sociais – trata-se do “ponto focal”, que mostra, de forma espiritualizada, as razões de haver tamanhas desigualdades de níveis social, cultural e econômico pelo mundo, provocando tudo aquilo que tivemos a oportunidade de demonstrar.

Lembram-se de quando falamos sobre o Cruzeiro Equilibrado (05/07/09)? Pois é, essa cruz, representada por dois diâmetros perpendiculares de uma circunferência, indica o equilíbrio perfeito entre o vertical, que representa o lado espiritualista, e o horizontal, como sendo o lado materialista. Assim sendo, toda vez em que o lado da matéria passa a ser maior ou menor do que o espiritual, surge a atuação de uma força cósmica, regida pela Lei do Espírito Precede a Matéria, que provoca a diminuição ou o aumento do diâmetro horizontal, até se concretizar o equilíbrio original. Já a variação para mais ou para menos do lado vertical (espiritualista) apenas se opera em conformidade com as nossas atitudes que, se forem positivas, irão provocar o aumento do grau da nossa individualidade, atuando assim positivamente na melhora do lado físico, mantendo-se assim o equilíbrio de novo.

Temos que admitir que o nível de espiritualidade de cada um está sempre em correspondência com o grau da individualidade, portanto cada um de nós está em escala diferente dos demais, porque ela vem sendo determinada através de séculos, por várias reencarnações, afora a herança das ações de nossos antepassados, tanto as positivas como as negativas, cujas influências são decisivas na formação do “tamanho” do lado vertical e as suas consequências no plano físico (horizontal). Então a existência das diferenças sociais é a demonstração de que a Natureza é sábia, já que, não importando quantos bilhões de almas sejamos no mundo, ninguém está no mesmo estágio de individualidade ou de evolução de quaisquer outros, e, além disso, as circunstâncias criadas pelos pensamentos de cada pessoa acentuam ainda mais essas disparidades.

Acontece que “Não há nada permanente, a não ser a mudança”, conforme disse o grande Heráclito, ou seja, a única coisa que não muda é a certeza de que tudo muda, portanto os níveis espirituais de cada ser humano estão constantemente sofrendo mutações, tanto para cima como para baixo, assim as influências desses movimentos vão cair diretamente nos acontecimentos da vida terrena, com consequências felizes ou dolorosas, para que o equilíbrio seja mantido. Por outro lado, essas mudanças podem ocorrer em tempos diferentes para cada pessoa, mantendo assim a desigualdade até entre aqueles que tenham efetuado ações iguais, em conjunto, porque somos desiguais, tanto no pensar, como no falar e no agir. O traçado do destino está nas mãos de cada um, conforme os seus pensamentos, os seus sentimentos e a suas vontades, logo o destino é desenhado de forma muito particular, resultando assim em consequências bem distintas e próprias. Outro fator de grande importância está nos diferentes graus de compreensão de cada pessoa, conforme o nível de individualidade, ocasionando em resultados de maior ou menor rigorosidade divina, ou então da mais rápida ou mais demorada resposta às ações pessoais, sejam positivas ou negativas – daí o dito popular: “o que é do homem o bicho não come”.

É por essas razões que a nossa interferência por meio da ajuda material, como Bolsa Família, Fome Zero e que tais, procurando assim provocar a “distribuição mais justa da renda”, passa a ser um ato destrutivo, indo contra o andamento natural do destino de cada morador deste planeta. Os recursos de nosso conhecimento, talento, tempo e bens materiais devem ser sempre direcionados de forma inteligente, como um trampolim para o desenvolvimento da cultura e das oportunidades dos irmãos mais carentes, a ponto de eles mesmos poderem se tornar aptos de encontrarem o caminho da evolução espiritual, com a consequente melhora das condições materiais, assim tirando proveito das próprias dificuldades, para crescerem. É por aí que iremos conviver com as desigualdades sociais.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 11/07/2009
Reeditado em 24/10/2009
Código do texto: T1694845