O desamor corre em minhas artérias
Hoje estou triste, mais do que triste, estou apavorado.
É um frio dia de inverno na ilha.
O vento sul gelado se levantou furioso do mar e atacou impiedosamente meu jardim.
Bate nas arvores com aparente antagonismo.Desfolha as flores que nunca lhe fizeram nada..Apenas alegram com suas cores meus olhos cansados de poeta.
Acho que o vento é movido por uma vingança contra mim, que sempre o respeitei .
O amei com humildade sua jornada.
Talvez o medo seja meu mesmo, a natureza apenas cumpre o seu papel.
Sinto hoje o desamor correndo em minhas artérias como um vírus fatal.
Nada em meu redor aprova e justifica essa dor.
Deus foi generoso me deu a poesia, a troca foi justa eu pago com dignidade.
Tenho um maravilhoso e expressivo numero de leitores.
É mais uma benção divina.Eu os amo com a lira de meu coração.
Tenho minha amada que derrama sobre minha alma a generosidade de sua ternura.
Tenho filhos e netos que me amam com a mesma intensidade de uma canção de ninar.
Quantos poemas de amor eles despertaram em mim.
Tenho esperança de que o vento frio se envergonhe de me torturar.
E que um verso seja a cura para meu desamor.
Vou replantar as flores cujo perfume nunca me abandonou
Quero aprender com elas a gostar de mim.