Caminho ao Verdadeiro Mundo

“If my soul could revive

From my carnal remains

What does it matter to me

If it all fades to black

If I'm born once again

Then no one really is free…”

Soul Society

Kamelot

Em meio a este mundo soturno, voltado unicamente aos débeis e imundos sofismas modernos, quase eternos posto que persistem em perdurar, em se estender, continuar, encontramos aqueles os quais o pensar se torna único. Um quase manifesto contra às maquinas a girar no interminável e intermitente, sôfrego bailar da vida voltada ao inanimado, ao inexistente, ao feral. Homens contra homens nas batalhas sanguinolentas pelo dinheiro, pelo ouro, pelo nada; muitas vezes buscado sem nenhum intento aparente, sem um porquê necessário as questões da vida.

Por que se precisa de um carro tão potente, por que se necessita tão avidamente de uma mansão luxuosa, por que a luxuria se faz tão preciosa, tão perniciosa, se não se vive uma existência mais do que um mísero segundo?É o que vemos nessa musica, um perguntar, um perscrutar, um não entender, sobre às próximas existências “Se minha alma pode reviver dos meus restos carnais, o que isso importa para mim? E se tudo desaparece na escuridão, e se eu renascer de novo, então ninguém é realmente livre!” São essas as verdadeiras buscas obsessivas, não mais de antigos e maravilhosos filósofos, mas sim de pessoas comuns, preocupadas com a vida, as quais perdidas em vários livros empoeirados, cercados de um soturno carrara de energia provindo d’uma lâmpada, se questionam; d’antes o grandioso Sócrates em meio a morte, respondia aos seus discípulos sobre o por que não se deve se suicidar.

Logo ele, o qual a pouco tomará um veneno pútrido, onde poderia estar perdendo os rompantes mais belos de sua alma, ainda sim mostra toda a caridade e responde humilde, que se estamos por hora escravos do corpo, o que faria o nosso Senhor se fugíssemos, sendo a culpa de estarmos escravos, nossa?

“…How could I be condemned

For the things that I've done

If my intentions were good…

…Some things under the sun

Can never be understood…”

Soul Society

Kamelot

A culpa do pagar o que devemos é nossa, e sim, precisamos pagar as nossas faltas com humildade, e não apenas fugir covardemente, sem a espera pela verdadeira liberdade, a da alma. Mas “...como eu posso ser condenado pelas coisas que eu fiz, se as minhas intenções eram boas?’ Como o ávido perscrutador, apontando o olhar para os Céus, para o Infinito se questiona.

E como escaparei deste inferno tortuoso, desta grande procela arrebatadora, deste incomensurável tornado fulgurante, brada com os olhos flamejantes, para após repousa-los calmos e duvidosos sobre a velha estante “... existem algumas coisas sob o sol, as quais nunca podem ser respondidas...”

“How can we believe in heaven

Human reason counters all

Ideas of a soul society

My life is just a fragment

Of the universe and all

There must be more that I can see…”

Soul Society

Kamelot

E já triste lança mais essa anátema de questão “... como podemos crer num Paraíso, se as razões humanas dizem o contrario?...” Se a “minha vida é apenas um fragmento! Posto que do Universo e tudo, existem muito mais coisas do que eu posso ver...”.

Maravilhosa e linda musica a qual pode ser descrita pelas falas deste bom ser perguntador, musica a qual poderia ser feita em outrora apenas pelo mais belo poeta, ou pelo maior de todos os filósofos, hoje qualquer um entre nós pode afirmar, se questionando existir mesmo um paraíso, ou como se diz de forma mais plácida em inglês, um Heaven.

É preciso que para crescer nesta e noutras existências, nos perguntemos e admiremos o universo; que nós busquemos as respostas em nós, que conheçamos a nós mesmos como disse o mestre de Platão, com toda a sua maiuética. Não existe mais a necessidade de se ir ao encontro do falacioso, com cartas indecifráveis, ou palavras graves e fortes, um olhar penetrante porem singular; ah não. Hoje são calmas as perguntas e brandas as respostas; vinda de livros, de seres de grande humilde, dos lindos silvos gorgeados, e dos mais alvos raiares, sem a importuna e febril mão nos dizendo, Vejo sua sorte, mas cobro-lhe tudo do bolso.

E para quê a sorte, se não há um paraíso? Não há uma matéria eterna e nem um bem que o seja infindável, Deixo a minha fortuna aos meus herdeiros. Quais? Olhemos Gengis Khan.

Deixou todo o planeta aos seus filhos e menos de meio século depois o maior império do mundo ruía...

Talvez devêssemos fazer como os sábios antigos faziam, Concedei, oh Deuses, que eu tenha pouco e não precise de nada – Apolônio de Tiana. E descubramos com o monge que o paraíso não habita em um lugar, todavia na nossa paz de espírito. Então saibamos o que devemos de fato buscar e acreditemos por fim nas reencarnações, pois elas não são dogmas, são a vida. E no Mundo das Idéias? Sejamos menos Aristotélicos e científicos, posto somente assim poderemos ver a “Sociedade das Almas”.

“...só a Caridade leva à Salvação.”

Allan Kardec.

Fontes.

Musica: Soul Society, Kamelot;

Tradução livre.

Citações:

Vide Fédon, Platão, palavras de Sócrates;

APOLÔNIO DE TÍANA O Filósofo, Explorador e Reformador Social do Primeiro Século depois de Cristo, G.R.S.Mead, Edição de 1901.