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BOM...  COMPARADO A QUEM?



Receber certos elogios muitas vezes me deixa desconcertada e com aquela sensação de não ser merecedora desse atributo. Por várias vezes pessoas agradecidas por algo que faço me dizem:

“- Você é uma pessoa tão boa...”

Não sou boa, sou justa e faço minha parte seguindo os ensinamentos das Sagradas Escrituras onde diz que devemos partilhar aquilo que temos com os menos favorecidos. Eu não sou tão boa assim, o mundo é que anda tão carente de bondade, de amor ao próximo que qualquer gesto de cidadania é tido como um nobre ato de bondade.

Comparada a um político amoral, ao meliante que subtrai vidas, ao advogado que se corrompe, ao jornalista que manipula opinião pública, ao médico frio que vê seus pacientes como cifras e não como ser humano... Comparada a tipos de pessoas como citadas acima sim, eu sou muito boa.

Mas, se me compararem aquelas pessoas generosas feito uma amiga minha, a Marley, que  tem a alma sublimada, que ao se comentarem defeitos de alguém, nunca acrescenta mais um e sim procura mostrar o que de bom esse alguém possa ter. Pessoas realmente boas são essas que apesar de todo cansaço do trabalho é capaz de preencher de sorrisos a casa quando volta da dura lida e encontra tempo para visitar asilos, creches, ajudar a limpar a igreja com a mesma dedicação dispensada na própria casa. Pessoa feito essa que tendo a mãe operada do coração conserva a candura e paciência e percebe-se que ali não há fingimento, não tem mentiras, mas uma verdadeira lição e demonstração de bondade. Comparada a essas pessoas, então, não sou boa assim...

Poderia ter citado madre Tereza de Calcutá, a irmã Dulce ou Ghandi... Optei por mencionar uma pessoa íntima por poder falar com propriedade e convicção da minha realidade cotidiana. Gosto de escrever verdades e poder orgulhar-me disto. De relatar com fidelidade o que sinto ou vejo. Conheço mais “marleys” assim como sei que existem “n” dela por aí. Mas, bondade não dá ibope, não enriquece, por isso o mundo está pondo em extinção esse adjetivo de ser “bom”.

Não sou tão boa assim porque já botei lenha na fogueira, ainda que inconscientemente, quando o silêncio deveria ter sido minha melhor opção; já falei o que não devia por orgulho em achar que a última palavra teria de ser a minha, e por ter agido assim eu não ganhei, acabei perdendo o que me era caro; já quebrei regras e quase a minha cara junto por acreditar que não faria diferença mudar aquilo que estava acertado há anos...

Eu não sou tão boa porque fiz e faço coisas que pessoas realmente boas não fazem ou fariam. E o simples fato de fazer caridade não me torna uma pessoa tão boa. Ser consciente, ter atitude de cidadã, nada disso me torna uma pessoa boa. Nem participar de uma Ong não me torna uma pessoa boa... José Sarney tem uma Ong e não é uma pessoa boa. Ele pode até agir ou parecer ser uma pessoa boa... Mas, ser bom não basta parecer, precisa demonstrar com atitudes longe de holofotes. Ser bom enquanto nos vêem é fácil, difícil é ser bom quando ninguém nos vê!

Quem é bom levanta a mão. Quem parece ser bom levanta a mão. Quem é bom sem que ninguém veja levanta a mão... Comparado a quem?rs