FÉRIAS BAH!
Chegou julho. Grande coisa. Previ tantas coisas, viagens com os pimpolhos, a pintura dos portões (talvez até da casa), mais passeios com o cão, assistir aqueles 30 DVD e os 15 CD que comprei por impulso, reiniciar a leitura de "A Montanha Mágica", do Thomas Mann, não deixar de fazer as caminhadas.
De cara, o mistério e a doçura do imprevisível me tomaram no colo: resfriado por 15 dias (e até a suspeita de que fosse gripe suína, A1H1N1, influenza - alguém aí sabe qual será o nome final que ficará para a história dessa coriza que mata menos que a homônima mais longeva?). Essa semana consegui sair da cama, mas então... (surpresa!), meus filhos caíram na mesma cama. É sempre assim, ficam doentes, e só querem dormir na cama dos pais, até brigam pelo lugar.
As correspondências com os amigos que, via de regra, seriam atualizadas, estão mais atrasadas que tudo; os passeios?, baubau; as leituras, os filmes e as saidinhas? Tudo o mais ficou proutras horas. Sobrou-me a querela de viajar durante 6 dias para fora da Sampalândia (Brasília), casa de parente, curtição de família, churrasco, fotos, essas coisas babaquinhas que preenchem vorazmente os nossos dias burgueses. Tem problema não: a diarréia levou consigo os males outros e parece-me que estou melhor, agora que já tá chegando a hora de voltar ao trampo.
Pra não dizer que não cumpri os prometidos, consegui ouvir (quase) todos os cd que estavam empacados esperando audição, entre eles um maravilhoso de capa maravilhosa (à Elifas Andreatto), com duetos de Frank Sinatra que, sozinho, deveria valer fortunas maiores que os cinco reais que paguei (ainda no plástico), num sebo aqui das redondezas.
Também pude me deleitar (de novo) com a ótima trilha do Veludo Azul, filmaço idem do David Lynch, também comprado por uma bagatela de R$ 3,50 (?!), em um garimpo da área. Este filme e esta trilha valem uma viagem sabe-se lá para que mundo, mas sugiro sempre que se esteja solitário para vivê-los em suas intensidades máximas. Acompanhado, sei lá porque cargas dágua, não funciona.
Ah, nos últimos dias também foi possível colocar as caminhadas de volta à rotina. Pelo menos isso...
Enfim, eis a minha crônica de férias. Espero que a professora me dê um dez, pois a experiência prática acho que só valeu uns sete e meio.