"Viva São João"
Há pouco mais de um mês, tivemos os festejos das comemorações juninas, com muita pipoca, quentão, amendoim torrado, paçoca etc., sob a regência da sanfona e da viola, regadas com a soltura controlada de fogos de artifício, sob a beleza de bandeirolas coloridas, tudo na maior alegria e empolgação, principalmente das crianças, vestidas a caráter e participando da famosa quadrilha, com “casamento caipira” e tudo o mais. As brincadeiras do “pau-de-sebo” e das argolas também colaboram com o brilhantismo dessas festas folclóricas, não importando que sejam em nome de São João, ou de qualquer outro, mas que avivam o espírito de religiosidade e de tradição popular, rumo a um congraçamento sadio e pleno de expansionismo da benfazeja manifestação fraterna do povo. _Isso é muito bom.
Agora chegou a hora de perguntar: _Por que nossos irmãos do nordeste, não satisfeitos com os folguedos das tradições juninas, inventaram a tal de “guerra das espadas”, onde um bando de malucos se põe a “brincar” com perigosos foguetes ou rojões, direcionando jatos de fogo uns nos outros, atirando esses fogos no meio de grupos de pessoas, fazendo malabarismos arriscados, tanto para si como para os próximos? _O que será que provoca o ser humano a agir de forma tão grotesca, pior do que os bichos, sujeitando-se a queimaduras profundas, até com o risco de morte ou de aleijão? _Por que tanta irresponsabilidade? _Qual a causa de tamanha deturpação da inocência de um festejo tão tradicional? _Realmente, o mundo está fora dos eixos! Haja vista a “guerra dos tomates” e a “farra do boi”, lá pela Europa, onde são destruídas toneladas de tomates, pela simples brincadeira de atirá-los uns nos outros, sem a mínima consideração com o problema da escassez de alimentos pelo mundo, e mais o prazer masoquista de grupos de pessoas que se põem a correr na frente de bois enfurecidos, por vielas estreitas, vindo a sofrer ferimentos até fatais, sob as patas e os chifres dos animais. _Pra que isso, meu Deus?
Acredito que muitos tiveram a oportunidade de assistir, recentemente, a uma importante reportagem televisiva, que deu mostras de até onde as pessoas sem caráter, sem um mínimo de conhecimento do que seja cidadania, sem quaisquer escrúpulos e dominados por instintos de selvageria, podem chegar em nível predatório contra a civilidade e o bem-estar social, simplesmente dando-se ao desfrute de soltar balões de grande porte, carregados de foguetório. É por essa razão que se pode aquilatar como estou bem recheado de assuntos para esclarecer e mostrar, capazes de mexer com a consciência daqueles que têm a capacidade de pensar e que têm algo mais a oferecer de útil para a “cruzada” da possível salvação da raça humana.
A insensatez prepotente desses inúteis “baloeiros”, declarando-se estarem acima da lei, porque não reconhecem o porquê da proibição desse “esporte”, portanto mostrando alto grau de ignorância, de estupidez e de incapacidade de conviver em sociedade, mostra que eles são verdadeiros imprestáveis para a evolução da humanidade, pelo muito de desfaçatez em descartarem o grande mal que os incêndios, tanto florestais como urbanos, causam no meio-ambiente e na economia do país, afora a violência de invasão de residências, para resgates das carcaças dos balões, com depredações de grande monta, isto sem falar dos traumas psicológicos, impostos aos cidadãos em comum. Não podemos também nos esquecer dos perigos que essa prática provoca nas viagens aéreas, com o potencial de derrubar aviões até de grande porte.
Agora, atenção, esses caras são o resultado do baixo nível espiritual dos moradores deste planeta, porque, com essas ações indecentes, vem à tona o verdadeiro sentimento de um povo acostumado a aceitar como normal a manifestação de indivíduos que confundem democracia com anarquia, achando que as leis foram feitas para serem burladas pelos “espertos” e pelos trogloditas de plantão. Posso concordar que as leis dos homens têm imperfeições, e que muitas delas foram promulgadas de forma tendenciosa, permitindo brechas favoráveis a interpretações dúbias, porém, sem haver respeito para com elas, só haverá o império da desordem – será o fim do regime democrático!