SOBRE MIM - só um pouco :)

Todo o tempo que escrevo, tento achar a forma certa de demonstrar o que estou sentindo, mas as palavras nem sempre definem claramente... Talvez não seja muito claro falar de si mesma.

Tenho feito o melhor e procurado tudo que acredito. Descobri que é bom viver como se acredita...

Sinto coragem e doçura. Talvez isto seja a plenitude. O que sempre quero não é matemático. Não é fácil falar sobre isto, porque é além... Muito além.

Precisei me colocar em xeque-mate muitas vezes, só prá saber até onde conseguia ir, só prá conhecer o meu limite em diversas situações. Não foi fácil. Cria polêmica, julgam ser rebeldia. Talvez, seja esta mesma a definição. Não sei se dá prá ser diferente quando se quer romper com as tradições e ir em sentido diverso do senso comum...

Quis conhecer os limites, quis saber o que acontece com quem os ultrapassa, quis saber sobre leis e mordaças.

Me intrigou os medos e a solidão, os perigos, os fantasmas e a escuridão. Quis experenciar a capacidade e a incapacidade do saber. Descobri que o mais terrível é a impotência diante dos fatos que não podemos reverter.

Quis sair da redoma (que me diziam ter me colocado por ser o mais seguro prá uma menina), quis ter o mínimo de dúvidas, quis ter o máximo de respostas, quis ter minhas próprias seguranças. Não pude viver sem descobrir quem eu era e como, realmente, gostava de ser.

Não quis apenas me rebelar, ir contra nenhuma correnteza ou convenções. Eu quis ter consciência do que significa estar viva e sabia que pra isto precisava caminhar com meus próprios pés.

Quis andar sozinha, como quando me soltei das mãos dos que me amparavam pela primeira vez. Tinha pouco mais de um ano de idade... Não me lembro do que senti, mas tenho certeza que o momento anterior foi exatamente igual!!... Primeiro a gente se solta com medo e pensa que não vai dar conta de conseguir, se atrapalha, troca os pés, bambeia as pernas, mas arrisca um pouco. Depois se senta, titubeia, segura novamente na mão dos que nos amparam, procura se firmar. Não as pernas... Procura se firmar na coragem do ir. Daí, se levanta, se solta da proteção, olha em frente, acredita que pode e anda!

A platéia é imensa. Todos pagaram e querem ver. Isto, na cabeça da maioria, é imperativo. Não na minha.

Eu só quis andar quando estava certa de chegar. Talvez, já soubesse que queria ir um pouco mais além...

A platéia sempre é imensa. Todos esperam por shows inesquecíveis. Isto, na cabeça da maioria, é imperativo. Não na minha.

Não me preocupei se ia esquecer as falas em pleno palco. Não acreditei que a Vida era só um teatro... Muitas vezes saí de cena e deixei um bilhete pedindo que não quebrassem tudo. Existiam papéis para todos e o palco era pra todos. Pedi desculpas porque não queria decorar falas, queria minhas próprias palavras... Deixei explicado que o reembolso dos ingressos ficava por conta do Grande Diretor, mas que Ele poderia não estar numa sala com uma plaquinha na porta... Talvez, Ele fosse onipresente...

GLAUCIA TASSIS
Enviado por GLAUCIA TASSIS em 09/07/2009
Reeditado em 09/07/2009
Código do texto: T1690511
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