Pele e Cabelo
Há poucos dias estava vendo uma entrevista que o falecido Michael Jackson deu, e um trecho em particular chamou-me a atenção. O jornalista perguntou-lhe sobre o processo de branqueamento a que ele foi submetido e o entrevistado respondeu, conforme entendi, que ele via muitas pessoas brancas expostas ao sol durante horas a fio, com o intuito de escurecer/bronzear a sua pele e ninguém os questionavam sobre isso.
Refletindo sobre o assunto, eu, que tenho os “dois pés na senzala”, não sou favorável à despigmentação da pele, até porque acho linda a cor do ébano, tão marcante e tão presente na composição da população brasileira e que evoca a historicidade étnica vinda da África.
Ao mesmo tempo, acredito na liberdade que todo ser humano têm ou deveria ter de fazer o que quer e bem entende de sua vida, desde que isso não acarrete problemas a outrem. Cada semeador é responsável pelas sementes que plantar e pelos frutos que irá colher.
A cor da pele não pode jamais ser motivo para humilhar, subjugar, exaltar ou menosprezar quem quer que seja, valendo para branco, negro, amarelo, mestiço, etc.
Os movimentos raciais costumam “pregar” a afirmação da raça pela manutenção dos cabelos naturais. Eu sou a favor do uso do cabelo conforme a vontade e o momento vivido pelo dono. Cada um deve se dar ao prazer e a liberdade de usar as madeixas trançadas, alisadas, encaracoladas, dread, black, careca, sem que isso implique em pertença/não-pertença a essa ou aquela “raça”.
O que queremos verdadeiramente é seguir em frente, que o futuro nos aguarda com promessas, desilusões e renascimentos a la Fênix.