Aquecimento Global - 5

NOTA: Esta crônica foi publicada no Opinião Jornal, diário da cidade de Araras-SP, em 11 de junho de 2008.

Mais uma vez o programa “Fantástico”, em 18 de maio, apresentou uma reportagem alarmante sobre o que está acontecendo com o planeta, pela obra e vontade do ser humano. Além de mostrarem as recentes catástrofes provocadas por terremotos, tufões, tornados e vulcões, também apresentaram jornalistas comentando a respeito da influência predatória do homem, como responsável direto por toda essa fúria ecológica. Pois é, eles estão certos, desgraçadamente, o que nos mostra de forma clara o quanto estamos cercados de irresponsáveis, ignorantes e alienados, pois a “linda” obra humana de destruição ambiental continua sendo levada na “seriedade”, enquanto tudo o mais está sendo levado na brincadeira.

Acredito que fica fácil demonstrar o que acabei de dizer – há pouco, assistimos a ações de barbarismo e genocídio, praticadas por um governo ditatorial, contra seu próprio povo, ao impedi-lo de receber ajuda humanitária, após um arrasador tufão, que dizimou toda uma cidade, tudo tão somente por questões políticas! Ao mesmo tempo, vemos que existe uma grande preocupação mundial, com gastos astronômicos de tempo, dinheiro e energia, voltada para as preparações das Olimpíadas de Pequim, cujo país é o maior responsável pela emissão de poluentes do mundo, dirigido por um regime comunista sangrento, e que está desestabilizando a economia mundial, com seus produtos fabricados por meio de mão-de-obra quase escrava. Aqui no Brasil, mesmo com os problemas de corrupção, impunidade, violência, epidemias, somados às ações indecentes dos sem-isto ou sem-aquilo, mais os desmatamentos criminosos, a proliferação desordenada da cultura da cana-de-açúcar, em detrimento da policultura alimentar, vamos nos deparar com a grande preocupação das pessoas com a Copa do Mundo de Futebol, a se desenrolar neste país, como sendo algo sensacional e importante! _Francamente, é difícil de entender!

Faço questão de repetir – os jogos do Pan, das Olimpíadas, das Copas e tudo o mais do gênero não podem servir de cortina de fumaça para o que está acontecendo com o mundo, porque tudo isso não leva a nada, a absolutamente nada de produtivo pra humanidade, a não ser para encher os bolsos de dirigentes esportivos, para a projeção de atletas profissionais e para o crescimento de demais inutilidades, que só fazem por embotar a visão dos povos, que continuam levando as próprias existências na brincadeira. _É revoltante, é desolador, é difícil de acreditar que a obra-prima de Deus esteja neste nível de compreensão, após milhares de anos de aprendizado, evolução e oportunidades.

A razão dessa minha “cruzada” é porque também faço parte do contexto e não quero jogar no lixo a razão de estar vivo, de pensar, de poder me expressar, de modo a ser útil a mim, aos meus antepassados, aos meus descendentes, aos próximos e aos distantes. A razão da certeza de estar cumprindo a missão de maneira correta, de acordo com os desígnios do Alto, é que não encontrei até agora alguém que consiga contestar, com bases sólidas, esse meu dever, mesmo sendo um trabalho que vai contra os paradigmas constituídos até o presente. É tão simples – os paradigmas atuais estão levando o mundo à bancarrota, a olhos vistos, por isso sinto-me à vontade, dentro do meu elemento, e isso há mais de 35 anos.

_Vamos abrir os olhos; vamos arregaçar as mangas; vamos lutar pelos nossos direitos espirituais, desde o momento em que cumprirmos nossas obrigações como seres humanos, em lugar de nos mantermos “deitados eternamente em berço esplêndido”, no aguardo das “graças do Senhor” - isso tudo é muito sério e merece bastante reflexão. Sobre qualquer direito sempre existirá uma correspondente obrigação diretamente proporcional, ou seja, só receberemos bons resultados quando assim o fizermos por merecer – nem mais nem menos.

O aquecimento global, ou efeito estufa, ou “fim do mundo” pode vir a se tornar apenas em um pesadelo superado, só depende de nós, mas, para isso, temos que acordar em tempo de mudarmos nossos conceitos de valores e de partirmos “com tudo” para a salvação do planeta, deixando as ações inúteis, inócuas e insípidas para os incautos e os pobres de espírito.

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 06/07/2009
Código do texto: T1684485