Amor e Confiança
"Quem ama confia!". Não sei quem foi a primeira pessoa a defender essa tese, visto que, amor e confiança não são sinônimos, especialmente em se tratando de relações humanas, uma vez que podemos amar um filho, mas no entanto isso não significa que confiamos no que este possa vir a fazer com a própria vida e com a de outros! Assim se dá também com os pais, visto que, um filho pode amar muito a estes, mas não significa necessariamente que sejam pessoas dignas de sua confiança! É só olhar em volta e ver as atrocidades cometidas por pessoas que geram e criam seus rebentos, e, que, portanto, deveriam servir de porto seguro e fonte de verdadeira confiança, dado ao suposto amor parental! E o que dizer de relações afetivas entre homem e mulher? Aí a coisa toma um rumo mais complicado, visto que, não raro, nos deparamos com estas questões sendo levadas a estudos, como que numa tentativa de explicar o porquê de alguém trair ou não a pessoa amada. E, já virou até um jargão! E, até mesmo especialistas no assunto, sugerem que numa relação de amor, deve haver confiança. Mas daí eu me pergunto, confiança em quem, ou em quê? Se o amor ao outro tem de vir seguido do amor a si próprio, e, uma vez que, todo tipo de relacionamento está sujeito a interferências, o que o amor pelo outro pode garantir nesse aspecto? Pois, alguém pode amar muito a outra pessoa, e, num dado momento, vir a traí-la! Enquanto que o amor pode não existir numa relação a dois, e ambos possam nunca virem a desenvolver interesse amoroso por outras pessoas, dada a confiança em si próprio ou na outra, ou até mesmo nos objetivos traçados para aquela união! E, que dizer das relações de amizade? Senão, todos os relacionamentos interpessoais seriam baseados no amor. Até mesmo os profissionais, onde o que conta na realidade é a confiança no trabalho do outro, seguida de um histórico de competência, e em nada tem a ver com o amar! Por esta razão, ponhamo-nos a refletir em quais destes sentimentos devemos basear nossas relações. Apesar de ambos, amor e confiança, não serem em si complementares, que ao menos sejam parceiros bem definidos. E, que estejam muito bem situados em nossas vidas, ou, seremos vítimas, e até mesmo faremos de outros, reféns de nossas próprias expectativas infundadas!