Incertezas

Eu era uma personalidade formada! Minhas convicções e valores, tudo que acreditava friamente sólidos e argumentados. Minha desgraça teve inicio em minhas leituras – ou não – foi quando conheci as teorias e teoremas: Relatividade, improbabilidade, erros, incertezas entre outros. Passei a desconfiar de tudo – e todos – o que me fez usar respostas prontas para algumas perguntas freqüentes, tais como:

_Você tem certeza?

_Não!

Chegaram a me perguntar se eu tinha certeza da minha opção sexual.

Outro exemplo:

_Você está certo?

Eu respondia convicto um _Sim! E logo a dúvida me invadia e eu completava _Ou não!

As pessoas que eram próximas a mim começaram a se afastar, com exceção das que gostavam mesmo de mim, essas tentaram me ajudar falaram para eu procurar ajuda de especialistas, mas eu me recusava até elas desistiram quando passei a duvidar do 2+2=4.

Comecei a beber, usar drogas, perdi minha família, emprego, enfim, perdi tudo.

Fui até uma montanha alta e pulei. Naqueles poucos segundos de queda eu descobri: eu não estava tão confuso, ainda me restava uma certeza, da morte!

Eduardo Henrique Bindewald
Enviado por Eduardo Henrique Bindewald em 04/07/2009
Reeditado em 05/07/2009
Código do texto: T1681516
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