Verdade, Virtude e Beleza
Já tive a oportunidade de discorrer sobre verdade e pseudoverdade, onde acredito ter ficado clara a definição – “A Verdade é o próprio estado natural das coisas” - do Grande Mestre Mokiti Okada. Por ser uma citação irrefutável, ela diz tudo em poucas palavras, sem quaisquer retóricas, o que caracteriza a objetividade e a inteligência divina de um legítimo grande mestre, que é capaz de revolucionar conceitos jurássicos e de derrubar paradigmas errôneos e distorcidos, trazendo à luz o verdadeiro caminho a ser percorrido pela humanidade, até chegar ao mundo ideal, pleno de verdade, bem e belo, sem ameaças de doenças, miséria e conflitos.
Tudo isso é muito bonito, porém tem a aparência de ser pura utopia, haja vista a situação deprimente e terminal deste infeliz planeta, onde só encontramos mentiras, pseudoverdades, violência, fome, muitas aflições, incertezas e medo. Pois bem, tudo isso é fruto do desvio da natureza das coisas, o que equivale dizer que estamos trilhando caminhos tortuosos e entrando por atalhos que nos tiram da verdadeira rota – é por isso que as coisas estão como estão. Qual seria então o caminho natural?
O que está acontecendo com o mundo contemporâneo nada mais é do que o resultado de uma terrível inversão de conceitos, no tocante ao nosso procedimento de vida; vejam que o homem está emporcalhando todo o meio ambiente ao seu redor, não só fisicamente falando, mas principalmente na parte que corresponde ao mundo invisível (espiritual), com ações e palavras comandadas pelo “sonen” (razão, sentimento e vontade) totalmente deturpado pela ganância, pelo apego, pelo egoísmo etc. Essa forma de agir provoca situações tais, em proporções tais e quais, durante o passar dos tempos, que tudo passa a ser aceito como sendo procedimento “normal” do ser humano, isto é, o fato de se poluir o ambiente terreno de forma plenamente predatória, através de ações irresponsáveis como: desmatamentos, queimadas, queima de combustíveis fósseis, aplicação de agrotóxicos e de pesticidas, pesca indiscriminada, poluição de rios e mares etc., passa a fazer parte do nosso quotidiano, a ponto de não mais nos surpreender!
O problema está na aceitação do que seja normal, como sendo natural, pois as coisas tornam-se normais pelos usos e costumes, porém, no momento em que elas ferem a naturalidade da vida, tudo passa a se tornar mentiroso, ilusório, artificial, destrutivo, cada vez mais longe da Verdade. O resultado dessas ações tresloucadas é bem previsível, para não dizermos que já é perfeitamente visível, nos dias de hoje. Por acaso alguém pode achar normal agir-se de forma indecente e desonesta? Pois então, hoje o que mais existe são os atos de corrupção desenfreada, de “esperteza” em prejuízo de outrem, de traição, de “enganação” e por aí vai, portanto passaram a fazer parte do nosso dia a dia, onde a decência e a honestidade são raras exceções, por serem virtudes pregadas por religiões e que, por isso, são apenas consideradas como dogmas ou superstições. Ora, esses procedimentos passaram a ser considerados como normais, porém não têm conotação natural, é por isso que continuamos a caminho do “final dos tempos”.
Há mais ou menos dois anos, assisti a uma reportagem que mostrava um símio pintando um quadro, lógico, sem-pé-nem-cabeça, muito parecido com as obras de “arte moderna” que vemos por aí e que são supervalorizadas por críticos e “entendidos” de todo o mundo. Ainda há uma semana vi outro programa em que se colocavam pincéis de diversas cores na tromba de um elefante, e este pintava “lindos” quadros semelhantes. _Ora, para com isso! Temos aqui a deturpação grosseira da arte, que é uma das colunas de salvação da humanidade, através do Belo, como sendo a expressão do sentimento do artista, ao expor fielmente ao público a beleza da natureza, como ela se apresenta aos nossos olhos. Está na hora de expurgarmos do nosso meio as obras que apresentem figuras humanas de perfil, com os dois olhos à mostra, ou então, com mulheres de três seios, ou ainda com desenhos grosseiramente infantis, ou de formas desproporcionais, ou pior ainda, sem-pé-nem-cabeça, tendo-se que recorrer a explicações para entendermos o que “aquilo” representa, mas que têm valores astronômicos, somente por causa dos nomes famosos dos seus autores. _Ora, para com isso! Michelangelo tornou-se imortal pela sua arte – não é lógico imortalizarmos a arte pelo seu autor, a não ser, unicamente, quando se tratar da Arte do Universo!