"Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos
julgados pelo caráter, e não pela cor da pele."
                                                                           (Martin Luther King)
 

      NÃO NASCI EM 04 DE JULHO...


 
          ... mas, também sonho com o fim do preconceito de todas as espécies. Com homens livres pautando suas atitudes no respeito às diferenças, aceitação da pluralidade. Nem sempre é fácil relativizar, olhar com naturalidade coisas que aos nossos olhos, familiarizados com ‘nosso’ jeito de ver o mundo, achamos bizarras, estranhas e algumas vezes, inaceitáveis.

          Reconheço que não é fácil atingir este equilíbrio e cometo muitos erros. Como brasileira apaixonada por meu país e sua gente, sempre combati o culto ao ‘que vem de fora’, a supervalorização aos produtos estrangeiros em detrimento dos nossos, entretanto, sempre tive cuidado para que isso não se tornasse uma bandeira ‘anti’ qualquer povo ou nação.

          Não quero que meu amor se transforme em xenofobia. A onda anti-americanista – uma espécie de personificação do mal, não me agrada. Apesar de não ter nenhuma simpatia pela política excludente de alguns de seus líderes, sempre achei exagerada e antipática a forma como os extremista conduzem esta questão. 

          Aliás, não gosto de atos extremados. Fanatismo é um barril de pólvora sempre pronto para explodir. É preciso ser racional. Em minha cabeça não cabe este pensar estreito, onde A é o bem e B é o mal. Talvez por isso a plítica partidária tenha me desencantado. Não sei condenar uma pessoa apenas porque ela é ‘adversária’ ou inocentá-la porque é ‘aliada’. 

          A maior e mais poderosa nação do mundo está longe de ser um paraíso, pelo menos para mim. Tem milhares de problemas, inclusive o de achar-se o umbigo do mundo, impõe modos de vida, dita regras, mas tem qualidades que podem ser copiadas. Ninguém, nenhum país, povo ou nação é de todo mau ou bom.

          Tem uma coisa que os americanos têm que eu gostaria de ver espalhada pelo mundo inteiro – o nacionalismo. Como eu queria que todos os povos se orgulhassem de suas nações, não um amor cego, exacerbado, que esconde os erros e enaltece os acertos. Queria um nacionalismo como amor de mãe, que mesmo sabendo que o filho está errado continua amando-o e lutando para trazê-lo de volta à razão, mas acima de tudo procurando corrigir os erros.
 
          A terra de Tio Sam, apregoada como a terra da liberdade já foi berço de muitas atrocidades preconceituosas, palco de violências extremas, mas também já nos ofereceu grandes figuras humanas, homens e mulheres que poderiam servir de exemplo a quem acredita e luta por dias melhores.

          Eu não nasci em 04 de julho, mas não nego a contribuição dos EUA em muitos setores de nossa vida e isso não elimina seus erros, nem apaga meu desejo de festejar o 7 de setembro!
 
 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 03/07/2009
Reeditado em 14/08/2012
Código do texto: T1681171
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