GORJEIO
 
 
 
   São tantos que não dá para contar quantos estão renovando na arvinha próxima a meu lado.
   Calaram, agora que escrevo, e se acalmaram. Parece que eles sabem que estou ligada neles. Fizeram silêncio. Estão lá nos galhos, suas asinhas tremelicam, mas deram uma pausa no som.
   Mas o gorjeio que cessou foi maravilhoso, repetido. Olhei, busquei o gorjear entre eles, os assobiadores alegres, e não deu para descobrir.
   Qual deles aprendeu a gorjear?
   Seus trinados são assobios cantados. Mas o gorjeio é novo, deve haver um novo pássaro no meio deles.
                        Gorjeio
                        Gorjear...
              Que palavras bonitas. 
                   Que presente!
O próprio gorjeio aqui, próximo aos meus ouvidos.
Quem pode ficar triste ouvindo um som, um canto tão lindo? GORJEIO. E de uma gargantinha de uma ave tão delicada: quanta beleza há  na  vida!  

                             

              “Se olhar na direção certa verá que o mundo todo é poesia”!
  
Um está gorjeando.