Minha Carreira de Cronista

Comecei com o pé esquerdo e chutando errado, mal, pifiamente.

Mas deixemos pra lá essa parte, afinal cronista é cronista oras, temos um aguçado faro para metáforas e ironias e conseguimos colocar sutilezas dentro de mais sutilezas, somos cronistas!

Vejamos então, escolher um tema atual, abordá-lo de forma simplista e tentar usar tantas metáforas e analogias quanto possível, carregar um pouquinho na sintaxe e gramática e eureka! Envie pra algum jornal que tenha coluna do leitor e espere o sucesso, crônica pega.

Tão simples assim e tão poucas crônicas por aí, isso é tão estranho, a poesia que deveria ser um gênero deveras difícil é praticada até pelo mais inculto cidadão, crônica cadê?

Só posso concluir então que o problema está nos cronistas, meu deus que “raçinha” de escritores! Pensam que todos vão entender seus gracejos textuais como se lêssemos suas mentes, pensam que crônicas vem com uma bula para se interpretar da maneira correta e pensam também que são indispensáveis para vida, jornais e afins. Já vi um amigo meu cronista nato acabar como auxiliar de escritório, talento desperdiçado pela ganância de dominar o mundo através do sobrenatural, elevado e semiperceptível humor.

Sabe, o grande problema em ser irônico é que quando não te entendem você fica com uma baita cara de tacho, acho melhor contar piadas mais simples daqui pra frente, “você conhece aquela em que estavam o papagaio, o joãozinho e o gênio e...”