Médico é dose...
- Bom senhor, pelos fatos o senhor tem o fenômeno de Raynaud.
- Fenômeno de quem?
- Raynaud. Esse fênomeno acontece quando sua pele sofre alterações de coloração, palidez, cianose e rubor de aparecimento sequencial.
- Cia o quê?
- Nose. Você fuma?
- Fumo, por quê?
- O fenômeno pode ser desencadeado pelo frio, uso do cigarro e por alterações emocionais, sendo mais comum nas mulheres.
- Não sou mulher, se é o que pensa.
- Eu sei distinguir uma mulher, senhor. Mas, continuando. Vasoconstrição periférica em resposta ao frio é fisiológica e normal, e vasoconstrição suficiente para produzir palidez ou cianose pode ocorrer na população normal em exposição prolongada ou severa ao frio.
- Espera que ainda estou no vasoconstrução.
- É vasoconstrição. Acontece mais ou menos assim, na primeira fase ocorre vasoespasmo com consequente diminuição do fluxo sanguíneo para a rede capilar das extremidades causando a palidez. Na segunda fase, desaparecendo o espasmo das arteríolas e dos capilares arteriais, surge espasmo dos capilares venosos e vênulas, com estase sanguínea levando a maior extração de oxigênio com aumento de hemoglobina reduzida, resultando na cianose. Na terceira fase, desaparece o vasoespasmo e ocorre vasodilatação com a rede capilar preenchida por sangue arterializada e portanto causando o rubor. A hiperidrose pode estar associada.
- Hum. Na primeira fase acontece o que mesmo?
- Ham, ham! Várias doenças podem estar associadas ao fenômeno de Raynaud: trombangeite obliterante, arterites, artereoesclerose obliterante.
- Gripe? Sarampo? Resfriado? Catapora?
- Policitemia, trombocitopenia, crioproteinemia, mieloma.
- Ok, ok doutor! Já entendi. Vou até uma livraria e comprar um dicionário, logo eu retorno.