Imagem: Guernica - Pablo Picasso
Música: Concerto - Handel
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Mudar o mundo, mudar as pessoas ou mudar a nós mesmos?
Cada dia que passa, ouvimos e lemos uma infinidade de texto a clamar por um mundo melhor. Realmente, o mundo passa por uma crise de identidade, o modelo antigo está ultrapassado e novo não serve aos anseios do povo. O lema do mundo moderno é sepultar o velho e fazer nascer o novo. Não importa se o velho é ruim ou bom, o que importa é o novo cada vez mais moderno.
O nosso único e verdadeiro presente que recebemos de forma gratuita é a vida, o restante, tudo tem um preço. A aquisição de um bem ou de um objeto tem que ser pago e o preço é proporcional às dimensões dos mesmos. O grande problema dos dias atuais é que o indivíduo quer possuir o melhor da maneira mais fácil possível. Esforço e sacrifício foram abolidos do dicionário pessoal de uma enormidade de pessoas. A conseqüência disso tudo é o aumento da “roubalheira institucional” - a corrupção -, o levar vantagem em tudo, o crescente número de assaltos, o aumento do uso abusivo de drogas e a falta de respeito entre as pessoas.
O diagnóstico e a crítica são elementos importantes, servem para levantar as questões e despertar os sentimentos de mudanças. O sucesso do tratamento depende do diagnóstico bem feito. Fazer um perfeito diagnóstico e não executar o tratamento adequado é uma omissão imperdoável.
Todas as pessoas sonham com um mundo melhor. Mas, o mundo para melhorar tem que mudar, o atual não atende aos anseios da grande maioria. Nesse contexto surge uma grande pergunta: quem é que vai mudar o mundo? Os governantes das grandes potências? Um governante do mundo emergente? Um governante nacional? Um líder pacifista? Um líder religioso? Todos esses lideres já tiveram a oportunidade de mudar o mundo e não mudaram. Os líderes, na sua maioria, se perderam no egocentrismo, no nacionalismo exacerbado ou nos interesses de grupos. Os grandes e verdadeiros líderes são caminhos para as mudanças e não as mudanças.
Como não é fácil mudar o mundo a segunda opção seria mudar as pessoas. Existem vários instrumentos para mudar as pessoas, a educação, a espiritualidade, as crises, os costumes e tantos outros. É normal ao espírito humano que cada indivíduo se sinta um instrumento de mudança. Dentro desse espírito, tentamos mudar as pessoas que nos cercam, inicialmente, os filhos, irmãos, pais e cônjuges; depois, as pessoas que nos cercam fora do circulo familiar, os amigos, patrões, empregados e conhecidos.
Com o passar do tempo, chegaremos à conclusão que não conseguimos mudar o mundo e nem mesmo as pessoas que nos cercam. Isso não deve ser motivo de frustrações, a chave para a mudança do mundo está dentro de cada um. É mais fácil mudar a nós mesmos do que mudar o mundo ou as pessoas. O grande filósofo hindu J. Krishnamurt disse: “quem mudar a si próprio vai enxergar o mundo de maneira diferente, então, para ele o mundo já terá mudado”. O psicanalista suíço C. G. Jung escreveu: “Só em nós mesmos podemos mudar alguma coisa, nos outros é uma tarefa quase impossível”. Mudar a nós mesmos é o caminho para a mudança do mundo, o grande problema é que não gostamos de arcar com os custos das mudanças.