De amor e de agradecimento

E eu desejo amar

A todos que eu cruzar

Pelo meu caminho

Como eu sou feliz

Eu quero ver feliz

Quem andar comigo...

Vem!

Agora é brincar de viver![Guilherme Arantes]

Sempre vi, percebi, senti o amor e todas as suas faces como o sentimento maior, na vida dos humanos e, desde muito cedo, me dispus a ser aprendiz de seus encantos e/ou suas dores. Nas palavras gregas que traduzem o amor: Eros (físico, sexual), Storge (familiar), Philos (amizade) e Ágape (amor incondicional), o aprendizado é infinito. As possibilidades de crescimento, de construção afetiva também (ou não, como diria Caetano). Pessoalmente, ratifico a disposição para aprender sempre, assim como a minha necessidade de ser e estar no mundo buscando o melhor para mim e para os meus, com a amorosidade que acredito e exercito cotidianamente.

Na construção de meus afetos, não sou melhor nem pior: sou humana. Reconheço cada um dos meus defeitos, sei também das minhas qualidades, mas isso só me torna especial para os que também aprenderam a me conhecer e amar. E quando dizem que a palavra AMOR está gasta, sempre penso que jamais economizarei na emoção. Para além da palavra, o gesto...

Em minha caminhada, acredito que o amor entre pais e filhos é a mais sublime, mais generosa, mais inteira forma de amor que um ser pode sentir, porque sempre penso minha vida antes e depois de ter trazido Vinícius a este mundo. Todas as formas de amor se relativizaram perto dessa, única e definitiva: sou sua mãe, ele é meu filho e isso é eterno.

Na lição cotidiana da vida, penso minha família (pais, irmãos e irmãs) como extensões de mim mesma, traços meus em outros corpos, vivendo outras vidas. Sou eles e eles são o que sou também. Quando um se foi, doeu e ainda dói como um membro arrancado mas, sinto-o sempre próximo, presente em cada situação que minha família vivencia, de alegria ou de tristeza.

Ao longo dos anos vividos, sei que conquistei amigos e cada um deles ocupa um lugar muito especial em minha vida. Certamente alguns nem percebem a dimensão do quanto os amo, do quanto torço, do quanto os quero saudáveis, felizes. Se isto é fácil? Evidente que não! Alguns até nem querem ser amados, outros talvez nem mereçam, mas aprendi que é preciso amar primeiro, não ter expectativa, não esperar nada em troca... amar como exercício e ser feliz por isso. Philos e Ágape entrelaçados, proporcionando cor e sabor as nossas vidas.

Na vida amorosa, sempre fui cautelosa, mas também, corajosa. Nunca fui de me esconder, de me esquivar, nem de banalizar sentimentos. Tudo que vivi foi muito importante... enquanto durou e, preservo, com carinho, as lembranças do que foi bom. Reconheço que este meu destemor emocional intimidou/assustou alguns e interessou outros. No inventário, a certeza de que não me deixei levar por nada mais ou menos.

A paixão pela vida estende-se a tudo que vivo e faço e, talvez por sorte (ou merecimento), fui agraciada com o convívio de um companheiro amoroso, generoso, amigo, que respeita meu jeito de ser e estar no mundo e maravilha das maravilhas, nunca percebi em suas atitudes a necessidade de ser “meu dono”.

Ainda, creio eu, por sorte, merecimento ou privilégio, sempre me senti e me sinto muito querida, muito amada e, também por isso sempre fiz, faço e farei todo o possível para que qualquer ambiente a minha volta respire este sentimento que reflete a forma como conduzo minha vida. É com convicção que afirmo que o amor me dá asas. As minhas crescem em direção à luz, energizadas pelo carinho, o cuidado e o amor que me dedicam.

Por vezes, agradeço pedindo mais e torço para que compreendam minha condição de humana, que nem sempre é essa fortaleza que aparenta. Não amo mais nem melhor. Apenas amo. Não peço nada em troca e nem acho que, por isso, mereço nome em praça pública.

Acabo de fazer 46 anos. A esta altura da vida, mais do que nunca, me permito ser quem sou. Sei e posso falar de convicções, discutíveis talvez, mas convicções minhas, advindas de alguma experiencia e muita observação. Hoje e sempre eterna aprendiz, me dou o direito de afirmar que “toda maneira de amor vale a pena”, que cada encontro em nossa vida deve ser construção, benção.

Obrigada, meu Deus, pela alegria do encontro com cada ser que cruzou e cruza o meu caminho, nesta dimensão. Mesmo quando não foi ou é benção, me ajudou e me ajuda a crescer. Obrigada, infinitamente pelos encontros de amor e vida que me fizeram e fazem ser quem sou.

Maceió, 19 de junho de 2009, após reler cada mensagem de aniversário, tocar cada presente, rever cada foto da festa... espero sempre merecer cada desejo de felicidade estampado em cada palavra, em cada gesto....