Ela vai ser mamãe

Ela vai se mamãe

Mª Gomes de Almeida

Era uma bela tarde de verão quando fui para minha caminhada de final de tarde. Ao chegar eis que encontrei em meu celular a seguinte mensagem de texto: “mãe estou grávida de quatro meses. Por favor, me ajude!”.

Era minha filha adolescente que morava com o pai me pedindo socorro. Fiquei triste e muito preocupada, mas como ela pedira tinha que socorrê-la e foi o que fiz. Corri pra cidade em que ela se encontrava e como ainda não tinha iniciado seu pré-natal, levei-a ao médico e o que se sucedeu foi uma maratona de exames laboratoriais, utrassonografia, etc.

A utrassom foi realizada ainda naquele dia já os exames de laboratórios eram necessários que ela estivesse em jejum. Ficou para o dia seguinte.

O médico que realizou o exame de utrassom, ao vê-la indaga-lhe: você vai brincar de boneca com um menino ou com uma menina? Ela responde-lhe que ainda não tinha pensado nisso e que a única preocupação que tinha era em me contar. Ele sorriu e comentou: ai você se decepcionou né? Sua mãe não te expulsou de casa? Sorrimos todos e ele disse é uma boneca!

Saímos logo cedo rumo ao laboratório que havíamos escolhido e lá transcorreu todo aquele procedimento: amarra garote no braço colhe-se uma seringa inteira de sangue eram muitos os exames.

O que eu não esperava aconteceu: minha filha quase desmaiou! Jovem, imatura tem medo de agulhas, não gosta de ver sangue.

Como ela estava em jejum sai às pressas para compra-lhe um suco ou coisa parecida, ao retornar ao laboratório ela não se encontrava onde eu a havia deixado, não aquentou ficar sentada e foi colocada em uma cama para estes tipos de emergências. Ao procurá-la, a biomédica que nos atendia veio logo me dizer onde minha filha estava e antes que ela dissesse fui logo perguntado: “onde ta minha menininha? Foi ai que me dei conta. Ela não era mais uma menina, era uma mulher, e já era mamãe.

Sorri! Um sorriso meio amarelo e tratei logo de corrigir: minha menininha... ela, a doutora também sorriu e entrei para cuidar da minha menininha que passava por profundas e infinitas mudanças em sua vida de criança e mãe ou criança e mulher.

Maria Gomes de Almeida
Enviado por Maria Gomes de Almeida em 02/07/2009
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