O ego e o apego
Algumas pessoas tem bastante resistência a qualquer tipo de mudança. Mas, muitas vezes apenas o fato de mudar é o que se torna interessante e até necessário.
Devemos nos preocupar é com a comodidade e não com as mudanças.
Velhos hábitos podem ultrapassar a estreita linha que os separa dos vícios...
O que eu talvez nunca tenha entedido é esse medo de mudar que muitas pessoas trazem consigo. Eu descobri que tenho medo é de não mudar. A "não-mudança" é que me aterroriza.
Quero envelhecer como é próprio da natureza, mas sem me agarrar com desespero ao que é antigo e conhecido. Aprender a desapegar-se é uma maneira sábia de levar a vida.
Muitos terminam sua existência sem permitir-se a leveza de soltar-se das amarras do apego. E o apego é ruim. Não é por acaso que termina em -ego. É egoísmo em uma de suas formas. Seja apego ao que for: à pessoas, objetos, lugares, funções ou hábitos.
Esclarecendo melhor, me refiro ao apego, não ao amor ou ao afeto em si. São sentimentos praticamente inversos, mas infelizmente confundidos com frequência. Apego é o sentimento de posse, desespero. Apego à pessoas - medo do abandono. Apego é diferente de zelo, cuidado...estes últimos são positivos. Mas acho perigoso o sentimento de posse, porque nossa essência está acima de tudo isso. Funções, títulos, lugares, são transitórios, mas nós somos seres eternos e em evolução. Certa vez ouvi uma frase que me serviu de lição e procuro aplicá-la em vários setores da minha vida: " Eu não sou este corpo, eu estou neste corpo". Por analogia penso que todas as nossas outras situações também são transitórias, o que permanece conosco pela eternidade são nossas ações - o que aprendemos e o que ensinamos. Quando passamos a ter consciência de que somos livres, percebemos que o apego é prejudicial e que é possível gostar, amar e viver sem ele. E percebemos que sentimentos verdadeiros não precisam disso para sobreviver.