O Sabor da Memória
Todo o dia quando estou dirigindo-me para o trabalho passo por esta antiga casa de madeira, pintada em azul e vermelho, que abusa do meu olfato com sabores passados - remetendo todo meu ser a infância, aos mimos da minha avó.
Selma era o nome dela, doceira de mão cheia, sempre fazendo bolos para fora, transformava o leite, o açúcar e a farinha em pura magia. Lembro bem das vezes que eu, minha irmã e meu primo invadia a sua cozinha implorando por um pouquinho daquelas delícias. Não conseguia compreender como ingredientes tão distintos mesclavam-se em tal harmonia que o paladar gritava: Divino!
Além dos doces, minha avó fazia maravilhas para o almoço. Meu preferido? Macarronada e bife à milanesa. Até hoje não encontrei um restaurante - por mais requintado que fosse - capaz de superar o mencionado cardápio. Este sabor de casa, cheirinho de interior, não era nada comparado aos zelos despendidos no preparo. Dos segredos passados de geração a geração, o amor - clichê, eu sei - era o maior deles.
E foi assim, com este carinho todo, que minha avó presenteou a boca faminta até o dia em que partiu. Sei bem que não mais provarei do paraíso gustativo da culinária dela. Contudo, cada vez que me aproximo daquela casa de aberturas vermelhas retorno no tempo; E, por alguns segundos, é como se do seu afeto eu experimentasse novamente.
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*Fotografia tirada por mim*
Todo o dia quando estou dirigindo-me para o trabalho passo por esta antiga casa de madeira, pintada em azul e vermelho, que abusa do meu olfato com sabores passados - remetendo todo meu ser a infância, aos mimos da minha avó.
Selma era o nome dela, doceira de mão cheia, sempre fazendo bolos para fora, transformava o leite, o açúcar e a farinha em pura magia. Lembro bem das vezes que eu, minha irmã e meu primo invadia a sua cozinha implorando por um pouquinho daquelas delícias. Não conseguia compreender como ingredientes tão distintos mesclavam-se em tal harmonia que o paladar gritava: Divino!
Além dos doces, minha avó fazia maravilhas para o almoço. Meu preferido? Macarronada e bife à milanesa. Até hoje não encontrei um restaurante - por mais requintado que fosse - capaz de superar o mencionado cardápio. Este sabor de casa, cheirinho de interior, não era nada comparado aos zelos despendidos no preparo. Dos segredos passados de geração a geração, o amor - clichê, eu sei - era o maior deles.
E foi assim, com este carinho todo, que minha avó presenteou a boca faminta até o dia em que partiu. Sei bem que não mais provarei do paraíso gustativo da culinária dela. Contudo, cada vez que me aproximo daquela casa de aberturas vermelhas retorno no tempo; E, por alguns segundos, é como se do seu afeto eu experimentasse novamente.
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*Fotografia tirada por mim*