QUERIDA, CHEGUEI!

Casos como esse são comuns. Acontecem desde os primórdios da humanidade. Os atos de infidelidade conjugal se proliferam à proporção em que as pessoas fazem a seguinte colocação pessoal: atende aos seus impulsos, achando-se coerentes com os seus sentimentos, deixando de lado a razão, o respeito, a moral em todos os sentidos com relação ao cônjuge e a sociedade. Em alguns casos, quando a pessoa adúltera consegue dissimular suas “escapadas”, isto é, alimentar sua paixão, sua obsessão por outra, chega a pensar que está tudo bem. Ninguém sabe, ninguém viu, então continua traindo, traindo...Mas, quando se descuidam e ficam cegas para o perigo, acontece um flagrante como esse que ocorreu no começo da madrugada fria de um domingo recente, aqui numa rua tranquila da Zona Leste.

Uma jovem dona de casa, julgndo que o marido estivesse no seu trabalho noturno, como sempre fazia, teve a ousadia, a petulância, a coragem de acolher o seu amante no aconchego do seu apartamento. Ambos foram muito corajosos. Se conseguiram chegar ao apogeu do momento íntimo, isso ninguém sabe. Mas, os que alguns vizinhos insones ou bisbilhoteiros perceberam foi um homem, movido pelo susto e medo de ser assassinado nos braços da amante, pular da janela do terceiro andar do prédio, no momento em que o marido da dita cuja adentrou, talvez sem desconfiar de nada. Quando voltou de um trabalho noturno que fora cancelado à sua revelia e viu aquele homem só de cuecas pulando da janela do seu quarto, não pensou nenhuma vez. Apoderou-se de uma faca para matá-lo, mas por pouco não conseguiu. Instintivamente, pegou o televisor e o atirou na mesma direção. Também foi inútil. A sorte que faltou ao rapaz no momento da transa, foi sua amiga nesse momento de perigo, protegendo-o na sua queda inusitada e perigosa. Ele se escafedeu tão rápido quanto o diabo diante de uma cruz. E se durante a sua fuga precipitada encontrou algum noctívago, deixá-lo-ia, sem dúvida bem assutado e incrédulo com aquela cena esquisita. Agora, se deparasse com algum carro da polícia, aí seria mais fácil, era só dizer que acabara de ser assaltado! Grande subterfúgio para alguém que acabara sendo flagrado com a mulher do próximo!

Quanto aos vizinhos, que aguardavam o segundo capítulo dessa triste história, a celeuma noturna parou por aí. O que aconteceu em seguida, simplesmente, foi a saída apressada do cônjuge traído, portando uma sacola com os seus pertences. Quanto a adúltera, deveria agradecer a Deus por ainda continuar viva, pois se o seu marido que ela o traiu fosse dotado de índole violenta, talvez o fim seria mais trágico.

Uma semana após o ocorrido, o homem traído foi visto próximo do prédio onde morava, conversando com alguns colegas. Ninguém procurou saber quais as suas intenções. Mas, pensando bem, se ele resolver voltar a morar com a companheira infiel, ninguém tem nada a ver com essa opção pessoal. O mais importante é que não houve nenhuma morte . Todos continuam vivos. Mesmo com uma grande mácula no seu âmago, a vida continua!!

João Bosco de Andrade Araújo

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JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 01/07/2009
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