Cartas marcadas
Lagrimas abafam gritos de horror e dor
O pranto do xucro, ignaro, acabrunhado
Sacia, por um tempo, a sede indelével
Dos milagreiros, profetas e mocinhos!
O lamento é oprimido por promessas
O jugo do servo o leva a sacrifícios
Seguir regras conduz-nos a mesmice
E outra vez, mais uma vez, finda-se a esperança!
Recomeçar é o que nos resta, mas de que ponto?
Quem se deixa alienar é excluído de todo processo
Quem aliena-se exclui-se do processo todo.
Onde tem cartas marcadas, joga bem quem as conhece!
Se existem regras a ser seguidas, esqueceram-nas!
A amordaça do oprimido é o pão a retardar a dor
Deleita-se o opressor em seu camarote. E, lá do alto
Bem lá de cima, regozija o feito: sou um salvador convicto!
Permanência em tudo, é o desejo estampado no riso
Se abrir os olhos verá: una-se a mim ou será descartado.
Se nada consegui vê, sem risco. Fique onde está.
Sua cegueira, falta de veste e fome, alimenta-me o gosto em ajudar!...