O PALHAÇO BIRO-BIRO

O circo está lotado.

Crianças e adultos dividem palmo a palmo as tábuas das arquibancadas com seus saquinhos de pipoca e amendoim.

Todos estão ansiosos pelo início do espetáculo.

Entra o apresentador em seu traje negro e bengala de ouro na mão.

“Respeitável público”...

O elefante cinzazul dá voltas pelo picadeiro equilibrando-se numa imensa bola colorida.

O malabarista joga garrafas e bolas verdes e vermelhas para o alto, sustentando-as nas mãos, sem deixá-las cair.

Os equilibristas se lançam no espaço vazio, dão saltos mortais e agarram novamente os trapézios, em perfeita sincronia, arrancando suspiros de alívio e aplausos da platéia.

O lenço branco do mágico vira uma pomba e de dentro de sua cartola sai um coelhinho saltitante, para espanto e admiração de todos.

As dançarinas se movimentam com graça e beleza na dança mexicana, como que saídas dos velhos filmes de bang-bang.

O palhaço biro-biro é um misto de Chaves e Didi.

O palhaço biro-biro faz todo mundo chorar de rir, com suas mímicas e brincadeiras.

E quem está doente esquece a dor.

E quem tem dívidas esquece os credores.

E quem é feio esquece a feiúra.

E quem vai viajar esquece o horário.

O palhaço biro-biro é a melhor atração do Circo que pousou em nossa cidade, como uma nave espacial.